quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ciclo da Uréia - eliminação da amônia

1 INTRODUÇÃO

Em mamíferos, a ureia é a principal forma de eliminação dos grupos amino provenientes dos aminoácidos e perfaz cerca de 90% dos componentes nitrogenados presentes na urina. Um dos átomos de nitrogênio da ureia é fornecido por NH3 livre e o outro pelo aspartato. O carbono e o oxigênio da ureia são derivados do CO2. Em mamíferos, a síntese da ureia ocorre no fígado, liberada ao sangue de onde é transportada até os rins para excreção da urina.


Através da desaminação libera o grupo amino através da amônia.

A formação da uréia ocorre no fígado (citoplasma e mitocondria). A desaminação (ver sobre esse assunto em metabolismo de proteínas) do glutamato acontece na matriz mitocondrial para liberar amônia.

- O grupamento amino (NH3) + CO2 + 2 ATP vão reagir formando a carbomoil fosfato. A enzima que realiza é a carbamoil fosfato sintase pois é a reação de síntese.

- O carbomoil fosfato em uma reação vai pegar uma molécula de ornitina (aminoácido) e vai formar a citruline (é um aminoácido que não constitue as nossas proteínas).

A citruline passa pela membrana mitocondrial interna e externa indo para o citoplasma. Lá, vai reagir com o aspartato (compõe a proteína) produzindo a argininasuccionato (como é uma síntese, gasta-se uma molécula de ATP).

- A argininasuccinato vai ser degradada produzindo duas moléculas, fumarato e arginina.

- A arginina será degradada formando a ornitina e uréia.

- A ornitina entra na matriz mitocondrial para formar o ciclo da uréia. Pois é reciclada para ser reutilizada.

A amônia formada no fígado é tóxica e tem que ser transformada em uréia. A uréia será eliminada pelos rins.

PAGINA 13 DA APOSTILA?


Destino da Cadeia Carbônica:

Removido o grupo amino do aminoácido, resta sua cadeia carbônica, na forma de alfa-cetoácido. As vinte cadeias carbônicas diferentes são oxidadas por vias próprias que, todavia, convergem para a produção de apenas alguns compostos: piruvato, Acetil-CoA ou intermerdiários do Ciclo de Krebs (oxaloacetato, alfa-cetoglutarato, succinil-CoA e fumarato). A partir deste ponto, o metabolismo da cadeia carbônica dos aminoácidos confunde-se com o das cadeias carbônicas de carboidratos ou de ácidos graxos.

O destino final dos alfa-cetoácidos, que dependerá do tecido e do estado fisiológico considerados, poderá ser: oxidação pelo Ciclo de Krebs, fornecendo energia; utilização pela gliconeogênese, para a produção de glicose, e conversão a triacilgliceróis e armazenamento.

Metabolismo de Proteínas

1 INTRODUÇÃO

As proteínas não são moléculas permanentes. Elas estão em processo contínuo de síntese e de degradação, isto é, estão sendo renovadas periodicamente. Cada tipo de molécula de poteína apresenta um tempo de duração denominado de meia-vida da proteína. Entretanto, a concentração de uma determinada proteína é mantida pela síntese desta proteína em quantidade equivalente à de sua degradação.

As proteínas são moléculas formadas de aminoácidos e sua composição é bastante variáveis. Sendo assim, o repertório de aminoácidos originados da degradação das proteínas não é, necessariamente, igual aquele usado para a síntese das moléculas de PTO.

Os aminoácidos excedentes não podem ser armazenados no organismo e, portanto, devem ser oxidados e o nitrogênio de seu grupo amino, excretado.

Os aminoácidos presentes nas células animais originam-se de: aminoácidos derivados da hidrólise das PTO da dieta (proteínas exógenas), aminoácidos derivados da reciclagem das PTO endógenas e aminoácidos essenciais sintetizados a partir de intermediários do metabolismo.

Não armazenamos aminoácidos ou proteínas e, após serem atendidas as necessidades de síntese, os aminoácidos excedentes são consumidos. Isso é feito pela conversão dos aminoácidos em glicose, glicogênio, ácidos graxos, ou então, oxidados a CO2 gerando energia para a célula.

A digestão das proteínas da dieta no intestino e a degradação intracelular de proteínas fornecem o balanço para o organismo.

Função das Proteínas:

- Hormônios e receptores
- Enzimas
- Neurotransmissores
- Proteínas estruturais
- Proteínas contráteis
- Proteínas motoras
- Proteínas transmembranas
- Milhares de peptídeos reguladores, sinalizadores e etc...

1.1 AMINOÁCIDOS

Estrutura básica de um aminoácido










Aminoácidos essenciais: são de alto valor biológico (números acentuados de aminoácidos)
Temos que ingerí-los e são derivados das carnes, peixes e aves, leguminosas.

Aminoácidos não essenciais: não precisamos ingerir. São sintetizados no nosso organismo.

Os aminoácidos são ligados através de ligações peptídicas, hidratando e liberando H2O.


Ligação peptídica





Ligação peptídica é a ligação do carbono do grupo ácido carboxílico de um aminoácido com o nitrogênio do grupo amina do outro aminoácido.

Cada ligação peptídica libera uma molécula de H2O.


1.2 ESTRUTURAS DAS PROTEÍNAS



Proteína Funcional: tem no mínimo 3 estruturas.

A hemoglobina é formada por 4 cadeias peptídicas e estabilizada pelo íon férrico.

Proteína desnaturada: variação da temperatura, pH mecânico, quando perde a estrutura terciária.

- A proteína ingerida através da dieta é hidrolisada pelo Trato Gastro Intestinal (TGI) em aminoácidos.

- Os aminoácidos ingeridos são utilizados para a síntese de proteína.

- Os aminoácidos restantes são oxidados para fornecimento de energia.

Ovo cru: estrutura tercíária = proteína funcional (estrutura tridimensional ou quaternária)
Ovo cozido: desnaturação da proteína = proteína não funcional


2 DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS DA DIETA

A digestão das proteínas começa no estômago, o pH é de 2 a 3 (ácido), o estômago secreta o suco gástrico (que é liberado na presença de proteína) e que contém o ácido clorídrico (HCl) e a proenzima pepsinogênio. O ácido clorídrico desnatura a proteína que não está desnaturada e ativa o pepsinogênio (na presença de proteína) formando a pepsina. A ativação da pepsina ocorre através do rompimento de alguns aminoácidos do pepsinogênio. Sobre então a pepsina ativa pois se encontra sem os aminoácidos indesejáveis.

A função da pepsina é degradar as ligações peptídicas.

Pepsinogênio (liberado pelo suco gástrico) --- HCl ---- pepsina
Pepsinogênio ---- pepsina ---- pepsina

Ou seja, o pepsinogênio também é ativado por outras moléculas de pepsina já ativadas.

A pepsina vai degradar a proteína no estômago liberando polipeptídeos. Então, esses polipeptídeos chegam no intestino delgado e como consequência é liberado o suco pancreático. Ao ser liberado, o suco pancreático (bicabornato + zimogênios) deixa de ser ácido (aumenta o pH), junto com os zimogêneos (tripsinogênio e quimiotripsinogênio).

O tripsinogênio perde alguns aminoácidos formando a tripsina e o quimiotripsinogênio virando a quimotripsina, degradando os polipeptídeos, liberando os aminoácidos.
Tripsinogênios e quimiotripsinogênios são zimogêneos inativos.
Tripsina e quimiotripsina são zimogêneos ativos.

Os aminoácidos quebrados vão para o fígado para a síntese protéica e os em excesso que não forem utilizados vão ser degradados no fígado também.

Resumo:
A proteína é ingerida através da boca
Chega no estômago e então o HCl + pepsinogênio vai desnaturá-la
O HCL ativa o pepsinogênio liberando a pepsina
Novos pepsinogênios são ativados pelas pepsinas
Proteínas + pepsinas = polipeptídeos
No intestino delgado, há liberação do suco gástrico (bicabornato + zimogênios inativos)
Tripsinogênios e quimiotripsinogênios vão catalisar a degradação das ligações polipeptídicas liberando aminoácidos.


3 DEGRADAÇÃO DE PROTEÍNAS ENDÓGENAS OU
DEGRADAÇÃO INTRACELULAR DE PROTEÍNAS

Inúmeros processos fisiológicos são controlados pela variação da concentração de proteínas específicas. Isso é devido à reciclagem intracelular das proteínas. Algumas proteínas estão presentes somente em uma determinada fase do ciclo celular; outras, como as enzimas reguladoras das vias metabólicas, precisam estar presentes e suas concentrações ajustadas às variações das condições isto é, com alterações em sua composição ou função, devem ser degradadas para que não ocorra comprometimento à homeostasia celular e, assim, o balança protéico intracelular é mantido.

As proteínas intracelulares devem ser marcadas para degradação pela ligação covalente com a ubiquitina. A ubiquitina liga-se às proteínas destinadas a degradação.

O complexo protéico denominado proteossoma reconhece as proteínas ligadas a ubiquina e as hidrolisam, liberando a ubiquina livre.

As proteínas reconhecidas pelo proteossoma são degradadas até aminoácidos e peptídeos.






A degradação ocorre em dois processos:

1 - O primeiro é realizado por proteases lisossômicas, denominadas catepsinas. Degrada principalmente proteínas de membranas, proteínas extracelulares e proteínas de meia-vida longa.

2 - O segundo processo ocorre no citosol e acontece com a mediação de uma proteína chamada ubiquitina. O primeiro passo da degradação é a ligação da ubiquina à proteína em uma sequência de reações que ocorrem com gasto de ATP. O destino da proteína ligada à ubiquitina é a degradação. A proteína ubiquitinada interage com um grande complexo proleolítico, o proteassoma, que hidrolisa todas as ligações, liberando os aminoácidos.

As proteínas reconhecidas pelo proteossoma são degradadas a aminoácidos e peptídeos.

A proteína será degradada se foi produzida errada ou se o prazo de validade dela acabou. Neste caso ocorre a degradação endógena de proteínas.

Então,

Os aminoácidos são absorvidos e serão utilizados para a síntese protéica nos tecidos. Os excessos serão degradados. O excesso de aminoácidos será sempre degradado.

A síntese de proteínas ocorre no RER (Retículo Endoplasmático Rugoso), onde ocorra a transformação da proteína. No Complexo de Golgi será analisada - verifica se a proteína está certa - se não estiver, será degradada = sistema de reparo.

Ou seja, o complexo de golgi, percebe que a proteína está errada, ela vai ser ubiquitinada e será degradada. Os aminoácidos poderão ser utilizados para outra síntese ou serão degradados. A ubiquitina libera a proteína para ser degradada. E o proteassoma vai degradá-la.

Quando o Complexo de Golgi analis a proteína, ela poderá seguir três caminhos:

- Se a síntese está correta: ela será utilizada pelo organismo
- Se a síntese não está correta: será degradada via lisossomo
- Se a vida útil dela está vencida: será marcada pelas ubiquitinas (ficando poliubiquitinadas) e então será degradada por proteassoma.

Os aminoácidos se originam de: dieta, síntese endógena e degradação de proteína.
Os aminoácidos vão servir para: síntese de proteína, síntese de outras moléculas, degradação (excessos).
Destino dos aminoácidos: síntese de proteína ou oxidação para formação de ATP (fígado/músculo)


4 OXIDAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS

O grupo amino garante que o aminoácido seja degradado (oxidado). Quando é removido o grupo amino, o nitrogênio pode ser incorporado em outros compostos ou excretado e os esqueletos carbônicos convertidos em glicose, glicogênio, ácidos graxos ou oxidados a CO2.

Ou seja, sofrendo uma transaminação (retirada do grupo amino para o alfa-cetoglutarato) possiblitará que os aminoácidos sejam utilizados como fonte de energia.


4.1 TRANSAMINAÇÃO

Ocorre em todas as células

Remoção do grupo amino dos aminoácidos

No fígado, o primeiro passo no catabolismo dos aminoácidos é a remoção de seus grupos amino por transaminações são o principal processo para remover o nitrogênio dos aminoácidos.

O grupo amino é transferido do aminoácido original para o alfa-cetoglutarato, formando glutamato, enquanto o aminoácido original é convertido em cetoácido correspondente. Essa reação é catalisada por um grupo de enzimas denominada transaminases.

O cetoácido alfa-cetoglutarato desempenha um papel central no metabolismo dos aminoácidos, recebendo os grupos amino de outros aminoácidos e transformando-se em glutamato. O grupo amino do glutamato formado pode ser transferido, por reação de transaminação, ao oxaloacetato, produzindo aspartato e regenerando o alfa-cetoglutarato.

Todos os vinte aminoácidos protéicos, exceto a lisina e a trionina, transaminam com o alfa-cetoglutarato, dando os produtos glutamato e o  cetoácido correspondente ao aminoácido transaminado. Para a maioria das reações de transaminação, o alfa-cetoglutarato e o glutamato servem como um dos pares alfa-ácido-aminoácido.

O grupo amino deve ser eliminado porque é é tóxico.

As aminotransferases da maioria dos tecidos de mamíferos utilizam o alfa-cetoglutarato como aceptor do grupo amino, formando glutamato; podem reagir também, embora com afinidade menor, com o oxaloacetato, que é convertido em aspartato.

Ou seja, o glutamato é o primeiro reservatório temporário do grupo amino e o aspartato é o segundo depositório do grupo amino.

Depois que a transaminase glutâmica pirúvica (TGP) retira o grupo amino e passa para o glutamato, o glutamato pode seguir outro caminho de transaminação que ocorre na conversão em aspartato, quem faz essa reação é a transaminase glutâmica oxalacética (TGO) que retira o grupo amino do glutamato e transfere para o oxaloacetato formando aspartato.

TGP: dá origem a piruvato e glutamato
O aminoácido reage com alfa-cetoglutarato formando alfa-cetoácido + glutamato

TGO: dá origem a alfa-cetoglutarato e aspartato
O glutamato reage com oxaloacetato formando alfa-cetoglutarato + aspartato

As aminotransferases são as responsáveis em catalisarem reações de transaminação
Importante: o glutamato é o aminoácido mais abundante na corrente sanguínea pois todos os aminoácidos degradados irão liberar glutamato pela transaminação.


4.2 DESAMINAÇÃO

Seguindo a outra condição do glutamato - desaminação. Vai então, ser desaminado oxidativamente pelo glutamato desidrogenase liberando o grupo amino como amônia livre e o alfa-cetoglutarato. Nesta reação, as coenzimas NAD+ ou NADP+ podem servir como co-fatores. A desaminação oxidativa do glutamato ocorre na mitocôndria da maioria das células e como reação reversível, pode incorporar amônia ao glutamato ou liberar amônia a partir de glutamato.

As reações de desaminação oxidativa ocorrem, principalmente, no fígado e no rim. Elas fornecem alfa-cetoglutarato que podem entrar nas vias centrais do metabolismo energético e a amônia ser utilizada como substrato para a síntese de ureia.

Perde o grupo amino na forma de amônia e restaura o alfa-cetoglutarato. Ou seja, o glutamato vai para a corrente sanguínea, chega no fígado, e então, ocorre a desaminação dentro do fígado. As enzimas que catalisam essa reação estão presentes apenas no fígado. Não ocorre a desaminação antes da transaminação porque tem que estar em glutamato para ser desaminado.







Depois que a amônia é liberada, ela vai para o ciclo da uréia.

Se aumenta os aminoácidos, aumenta também alfa-cetoglutarato. Se não tiver a mesma quantidade de alfa-cetoglutarato o grupamento amino vai ser transferido para o glutamato, ficando então com dois grupos amina (glutamina). No fígado, a glutamina vai perder o grupo amino formando o glutamato.

Glutamina = NH3 + glutamato

Metabolismo da Frutose e Galactose

1 FRUTOSE

Oxidação da Frutose
Sacarose = glicose + frutose

1.1 FOSFORILAÇÃO DA FRUTOSE

Para entrar nas vias a frutose deve ser fosforilada através da hexocinase ou da frutocinase. A hexocinase fosforila a glicose em todas as células do corpo e várias outras hexoses podem servir de substrato para essa enzima. Entretanto, ela tem uma baixa afinidade por frutose. Sendo assim, a menos que a concentração intracelular de frutose torne-se extraordinariamente alta, a presença normal de concentrações de glicose significa que pouca quantidade de frutose está sendo convertida em frutose-6-fosfato pela hexocinase. Entretanto, a maior parte da frutose ingerida é metabolizda pelo fígado, rins e na mucosa do intestino delgado, utilizando a via da frutose-1-fosfato. A primeira etapa é a fosforilação da frutose  em frutose-1-fosfato, pela frutocinase, utilizando ATP como doador de fosfato.

1.2 CLIVAGEM DA FRUTOSE-1-FOSFATO

A frutose-1-fosfato não é convertida em frutose-1,6-bisfosfato, como ocorre com a frutose-6-fosfato, e sim clivada pela aldolase B (frutose-1-fosfato aldolase), produzindo diidroxiacetona-fosfato (DHAP) e gliceraldeído. A DHAP pode entrar diretamente na glicólise ou na gliconeogênese (via anabólica em que ocorre a síntese da glicose a partir de substratos não glicídicos), ao passo que o gliceraldeído pode ser metabolizado em outras vias.

Ou seja,
a frutose entra na célula, é fosforilada pela enzima frutocinase para continuar na célula e ser metabolizada. Isso vai ocorrer se tiver glicose intracelular na célula. Se a concentração de glicose intracelular na célula for baixa, acontece:
- a reação ao inves de ser catalisada pela frutocinase será catalisada pela hexocinase. Ja que a hexocinase tem maior afinidade pela glicose.

Se não tem glicose disponível a hexocinase atua, se tem glicose disponível, a frutocinase atua, pois a hexocinase estará ocupada com a glicose. É questão de afinidade - a hexocinase tem afinidade pela glicose.

A frutocinase catalisa a frutose no carbono 1 - por isso fica frutose-1-P. Já a hexocinase catalisa no carbono 6 e por isso fica frutose-6-P

A frutose-1-P é substrato da enzima aldolase A formando diidroxiacetona ---> até produzir Acetil-CoA e produzir energi.

Observações importantes:

- Como um dos caminhos da frutose é o Acetil-CoA, é importante lembrar que o Acetil-CoA estimula a síntese de lipídeos e por isso altas concentrações de fruts engorda. Pois o Acetil-CoA é o substrato da lipogênese (síntese de lipídeos). Então, o aumento de frutas, que leva ao aumento de Acetil-CoA estimula a lipogênese.

- A diidroxiacetona forma a gliconeogênese - que forma a glicose (perigo para o diabético) pois vai liberar mais glicose para o sangue.

- A frutose-6-P vai ser catalisada pela fosfofrutocinase: como essa enzima faz parte da reação mais lenta da via glicolítica então, a frutose degradada pela hexocinase é mais lenta do que a frutose degradada pela frutocinase. Ou seja, em quantidades normais de glicose intracelular a degradação da frutose é mais rápida do que da glicose pois não tem a reação da fosfofrutocinase.

Se existem os dois (frutose e glicose) a frutose é fosforilada pela frutocinase, pois a hexocinase está ocupada com a glicose.

Deficiência do metabolismo da frutose

- Deficiência da frutocinase
- IHF - intolerância hereditária a frutose

Sintomas da IHF:
A frutose-1-fosfato acumula-se resultando em uma queda nos níveis de fosfato inorgânico (Pi) e, portanto, numa redução nos níveis de ATP. Como o ATP diminui, o AMP aumenta. Na ausência de Pi, o AMP é degradado a ácido úrico, causando hiperuricemia. A diminuição de disponibilidade de ATP no fígado afeta a gliconeogênese (causando hipoglicemia com vômitos) e a síntese de proteínas (causando uma redução nos fatores de coagulação sanguíneos e outras proteínas essenciais), além de icterícia (pelo acúmulo de bilirrubina), hemorragias, hepatomegalia e acidemia láctica. Pode causar falência hepática e morte.



2 GALACTOSE


Assim como a frutose, a galactose deve ser fosforilada antes de ser metabolizada. A maioria dos tecidos possui uma enzima específica para essa reação, a galactocinase, que produz galactose-1-fosfato. O ATP é doador de fosfato.

A galactose-1-fosfato não pode entrar na via glicolítica, a menos que seja convertida em UDP-galactose. Isso ocorre em uma reação de troca, na qual o UMP é removido da UDP-glicose (produzindo glicose-1-fosfato) e a seguir transferido para a galactose-1-fosfato, produzindo UDP-galactose. A enzima que catalisa essa reação é a galactose-1-fosfato-uridiltransferase.

Para que a UDP-galactose entre no metabolismo da glicose, ela deve ser convertida em seu epímero em C-4, a UDP-glicose, pela UDP-hexose-4-epimerase. Essa nova UDP-glicose pode então participar em muitas reações biossintéticas, bem como ser usada na reação da uridiltransferase descrita anteriormente, convertendo outra galactose-1-fosfato em UDP-galactose e liberando glicose-1-fosfato, cujos carbonos são aqueles da galactose original.

Deficiências do metabolismo da galactose: A galactose-1-fosfato-uridiltransferase encontra-se deficiente em indivíduos com galactosemia clássica. Nessa doença a galactose-1-fosfato e, portanto, a galactose acumulam-se nas células. As consequencias fisiológicas são semelhantes ao caso da intolerância à frutose.

Quarto Período (Parasitologia - Parte I)


Ambiente, Saúde e os Parasitas

Sergio Ferreira Ribeiro
sergioich@yahoo.com.br

Livros: Parasitologia humana geral e médica.

Parasitologia humana. David Pereira Neves. 11 ed ou 10 ed.

Parasitologia. Rey. 4 ed ou 3 ed.

Atlas de parasitologia


Doenças causadas por protozoários:
- protozoários causam protozooses
- protozoários é diferente de bactérias, que é diferente de fungos e bem diferente de vírus.



LEISHMANIOSES

Os sintomas são clinicamente diferentes:
- Tegumentar Americana: pele, revestimento, cartilagem
- Visceral Americana: órgãos linfóides. Pode matar.


* Gênero:
Leishmania: protozoário que causa a Leishmaniose.

Agentes etiológicos: agente causador.

Protozoários são células eucariontes.

Leishmania é parasita: precisa de um parasita.

São de duas formas:
- amastigotas: contém núcleo e cinetoplasto
- promastigotas: contém núcleo, cinetoplasto e flagelo

Se multiplicam dentro de células fagocitáveis

Mastigotas: dentro das células fagocitáveis ou macrófagos de cão e homem.

Promastigotas: no intestino do vetor ou flebótomo (mosquito palha - Lutzomyia sp.). É um mosquito peludo, metade de um pernilongo.
Hematofagia: sugando o sangue (é sempre a fêmea). Sempre ela que transmite. Probóscide (aparelho picador).
Leishmania chagasi: é a única que causa nas américas a Leishmania visceral.
Leishmania sp.: demais
Leitzomyia longipalpis: é o vetor que transmite a Leishmania chagasi.

Hospedeiros ou Reservatórios:
- os portadores: estão infectados
Silvestres: gambá, preguiça, raposa, roedores, tamanduá, tatu.
Rural: passa de Silvestre para Rural
Urbana: cão e homem


* Ciclo Biológico das Leishmania:
Ciclo de vida do protozoário

Promastigotas metacíclicas ou infectantes: é quando a Leishmania passa para as glândulas salivares do mosquito. Quando ele pica passa os promastigotas metacíclicas --> os macrófagos e outros vão para o local para fagocitar e então as promastigotas metacíclicas se transformam em amastigotas e o ciclo começa novamente.

Acontece em 88 países englobando as Américas, África e uma pequena parte da Europa.


* Sinais e Sintomas:
No ser humano é tratável e curável. No cachorro é tratável mas não é curável.


* Leishmaniose tegumentar:
L.T. cutânea
L.T. difusa
L.T. muco-cutânea

Cutânea: úlcera (ferida aberta), apenas uma, no local e indolor. Normalmente as características são essas.
Difusa: nódulos (caroços) espalhados pelo corpo.
Muco-cutânea: destruição de pele e mucosa e as vezes cartilagem, principalmente na região nasal e bucal.

* Leishmaniose visceral:
Os principais órgãos colonizados pela L. chagasi ou visceral são: baço, fígado, linfonodos e medula óssea.

* Sintomas:
- febre, emagrecimento, esplenomegalia (aumento do volume do baço), hepatomegalia (aumento do volume do fígado), anemia, leucopenia (diminuição do número de leucócitos - ou seja, diminuição da imunidade), plaquetopenia ou trombopenia (diminuição das plaquetas) e difuculta a coagulação.

Existem vacinas humanas terapêuticas.

* Laboratório:
- Sorológico: é para tentar encontrar anticorpos para Leishmania, é para saber se a pessoa está produzindo anticorpos para a Leishmania.
- Parasitológico: ver o parasito, fazendo biópsia da lesão. É preferível fazer a biopsia da borda da lesão onde se encontra mais amastigotas.
- Parasitológico visceral: corta um pedacinho do baço, fígado, medula óssea para análise laboratorial.
- Teste de Montenegro: injetar antígeno de paraisto/amastigotas mortos, para teste, para saber se teve ou se tem, mas não quer dizer que foi curado.

* Tratamento:
Antimonial Pentavalente/glucantime: é feito intramuscular. Mas existe pessoas que não podem tomar, ou que não teve efeito.
- Anfotericina B;
- Pentamidina

Os cardíacos e renais não devem usar ou então usar com acompanhamento e cautela.

* Profilaxia (prevenção):
- evitar desmatar;
- evitar construir próximo de mata;
- usar repelentes;
- usar portas e janelas com telas protetoras;
- usar agasalhos;
- evitar sair na mata no horário crepuscular: fim de tarde e início da noite;
- sacrificar cães soropositivos;
- borrifar inceticidas;
- educação sanitária, ambiental e para saúde;
- tratamento dos indivíduos humanos infectados.



DOENÇA DE CHAGAS

Chagas - Tripanossomíase Americana

Protozoário
Vetor: Barbeiro
Gênero: Trypanosoma cruzi (muda de forma).

Amastigota (se multiplica no intestino do vertebrado, principalmente tecido muscular liso, esquelético, cardíaco, muscular e nervoso.
Tripomastigota (se encontra no sangue fora das células dos vertebrados.
Epimastigotas (no intestino do vetor barbeiro invertebrado).

As amastigotas no músculo, chama-se ninho de amastigotas.

A doença de chagas é incurável, muito raramente que se consegue curar.

Trypanossoma cruzi: é da mesma família da Leshmania.

O vetor é o barbeiro hematófago, conhecido como Triatomíneos. Ele é de cores variáveis. São 3 gêneros de barbeiros:
- Triatoma injestans (era o principal vetor de chagas no Brasil)
- Rhodnius prolixus
- Pantrogylis megistus

Em 2006, o Brasil recebeu um certificado em eliminação de injestam em domicílios. Casas com parede de barro com frestas dá babeiros. Esse inseto tem hábitos noturnos.

Transfusão sanguinea transmite chagas, via oral; e outros triatoma.

Prevalência de chagas existe cerca de 18 milhões de casos
Inscidência: número de casos novos.

Os barbeiros hematôfagos, tanto o macho como a fêmea e as ninfas (barbeiros jovens) todos transmitem chagas.

- Probóscide (aparelho picador do barbeiro).

Os barbeiros não transmitem a doença pela saliva mas sim pelos dejetos do vetor, se caso ele deixar na pele da pessoa que tiver contato. Esses dejetos podem contaminar o local da picada, mas não foi pela picada. Eles possuem anestésicos na saliva, por isso na hora a pessoa não sente nada, somente depois que ela vai embora. Os dejetos é capaz de penetrar a mucosa.

Existem 3 formas de infecção (transmissão de chagas)
- Congênita
- Transfusão sanguínea
- Vetorial (barbeiro)

A congênita e a transfusão sanguínea tem importância maior nos grandes centros.

A doença de chagas também tem origem silvestres (gambás, tatus, roedores e macacos).

A doença de chagas e latina americana é do Brasil; mas na Africa existe Tripiasomia Africana (doença do sono)

Mas a doença de chagas americana é levada por pessoas contaminadas que ficam viajando de um lado para o outro e transmitida por transfusão de sangue.

* Ciclo heterogênico (o parasito precisa passar pelo vertebrado e invertebrado).

Lombriga: é monoxênico é de homem para homem

Quando o barbeiro deixa os dejetos a forma do Trypanosoma cruzi é chamada de metacíclicas;

* Quando os metacíclicos entram na célula, se transformam em amastigotas e depois tripomastigotas (no sangue).

* Tripomastigota sanguíneo (vertebrado)

* O barbeiro suga o sangue e entra como tripomastigota sanguínea --> dentro do intestino do barbeiro vira epimastigotas --> ao chegar no reto (dejetos) viram tripomastigotas metacíclicas.


Transmissão coito (relação sexual) não foi comprovado ainda.


* Sintomas paciente com chagas:
- Fase aguda início (normalmente é assintomática - não tem sintomas).

Mas algumas pessoas apresentam sintomas como:
- febre
- edema
- poliadenia (linfonodos inchados, ínguas)
- hepatomegalia
- esplenomegalia
- perturbações neurológicas
- insuficiência cardíaca
- sinal de Romana --> edema bipapebral unilateral (nas pálpebras). Isso é quando a picada é perto do olho ou entrou pela mucosa. Esse sinal é bem característico da doença de chagas
- chagoma de inoculação: é um edema no local da picada.

Em chagas o paciente vai a óbito, pode se curar ou entrar na fase crônica.

Na fase crônica é assintomático.
Sintomas: sorologia e exames parasitológicos der positivo (mas não sente nada)
- sem sinais e sintomas
- Ecg normal
- coração, esofago e colon normais (raio x)

Fase crônica sintomática
- pessoas começam a desenvolver problemas cardíacos ou no esôfago ou cólon;
- Cardíaca é mais comum (chama cardiomegalia) e pode levar a insuficiência cardíaca;
- Esôfago é megaesôfago (fica aumentado);
- Megacólon: o intestino aumenta de volume.


* Exames para detectar:
Sorológico (2 formas):
- Eliza
- Rifi: reação de imunofluorescência indireta (para detectar anticorpos).

Parasitológico:
É para detectar parasitas. É colhido sangue, procura a tripomastigotas sanguíneas (mas precisa estar em fase aguda) pois a parasitemia é elevada, que é a quantidade de parasitas no sangue.

Na fase crônica a parasitemia é diminuída. E nesta fase precisa fazer cultura de sangue, ou xenodiagnóstico, é feito com ninfas de barbeiros vivos, e coloca em contato com o paciente. Esse barbeiro é criado em laboratório sem infecção, e se caso depois de 3 dias aparecer na pele é porque o paciente está infectado (veio dele).


* Tratamento:
Binzonidazol - efeito contra as formas sanguíneas. Usa-se na fase aguda.
Na crônica é usado mas não terá cura parasitológica.


* Formas de prolifaxia (prevenção):
- educação sanitária e ambiental;
- melhoria das habitações rurais;
- combate ao vetor;
- controle do doador de sangue.



 
MALARIA

Mata mais do que todas que foram estudada até agora.

Ar sujo e contaminado, pois pensavam que era por inalação, mas ocorre devido a picada de um mosquito. Anopheles (mosquito prego).

90% dos casos acontece na África, os outros 10% ocorre nas Américas, Ásia.

No Brasil tem mais na região da Amazônia, principalmente na região Norte.

  • 300 a 500 milhões de casos/ano
  • mais de 1 milhão de mortes/ano
  • amazônia: 500 mil casos/ano


O AGENTE ETIOLÓGICO (causador)

Protozoário chamado Plasmodium

Filo: Api (PEGAR NO PPT)

Existem 150 espécies


Quatro espécies de Plasmodium infectam os seres humanos:

  • Plasmodium ovale (somente ocorre na África)
  • Plasmodium malariae
  • Plasmodium vivax (mais frequente no Brasil)
  • Plasmodium falciparum (é responsável pelas formas graves da doença e pelas mortes, mas não quer dizer que o infectado vai morrer)


VETOR DA MALARIA (transmissor)

Mosquito prego (nome popular)
Anopheles (nome científico)

Gênero Anopheles:
  • 400 espécies descritas
  • 80 podem transmitir a doença ao homem
Da mesma família do Aedes (dengue).

Principal espécie no Brasil:
  • A. Darlingi


Somente as fêmeas realizam hematofagia.

EPIDEMIOLOGIA

Os reservatórios são os homens: homem – mosquito – homem

África, América (Central e do Sul), Ásia e algumas ilhas: em países tropicais. Áreas endêmicas.

90% dos casos ocorrem na África.


CICLO BIOLÓGICO

Oocisto → Esporozoítos → Trofozoítos → Esquizonte → Merozoítos (retorna para Trofozoítos) → Gametócitos (Masc. Fem.) → Gametas → Esporozoítos.

Oocisto e esporozoítos (vetor)

Trofozoítos, Esquizonte, Merozoítos (homem)


Quando o mosquito pica o humano ele deixa no humano o plasmodium (parasita) na forma de esporozoítos. Aí os esporozoítos ficam na corrente sanguínea e quando chegam no fígado invadem os hepatócitos. Dentro dos hepatócitos ele se transforma (deixa de ter uma forma alongada para ter a forma de uma anelzinho), se transformando em um trofozoítos. O trofozoítos que está dentro do hepatócito, começa a passar por uma reprodução onde o núcleo dele começa a se multiplicar se transformando então em um esquizonte. Cada núcleo do esquizonte vai virar um novo parasita na forma de merozoítos. Os hepatócitos se rompem depois que fica cheio de merozoítos. Os merozoítos então caem na corrente sanguínea, então entram nas hemácias e viram então novamente trofozoítos e depois esquizontes e depois novos merozoítos e aí a hemácia arrebenta (é um ciclo). O merozoítos também pode se transformar em gametócitos. Ele segue duas vias (ou volta para o trofozoítos ou vira gametócitos.

Faz de conta que essa pessoa que está no ciclo sanguíneo seja sugado por outro mosquito prego sadio, se ele sugar um gametócito ficará contaminado (o mosquito), pois, dentro do mosquito os gametócitos viram gametas que irão se fecundar e virar um zigoto, o zigoto se fixa no intestino do mosquito e se transforma em oocisto, o oocisto começa a produzir centenas de esporozoítos. O oocisto tem que se romper, libera os esporozoítos e então eles migram até a glândula salivar desse mosquito deixando-o pronto para transmitir essa doença.

O plasmodium tem um ciclo sanguíneo... o hepático é inicial e depois fica no sangue. A malária é um ciclo sanguíneo.

Existe merozoítos que viram gametócitos masculinos e merozoítos que viram gametócitos femininos.


A DOENÇA: QUADRO CLÍNICO

  • É uma doença febril aguda;
  • Se divide em não complicada e complicada.


Malária não complicada (todos os 4 tipos pode causar)
  • acessos maláricos (febre alta, calafrios, sudorese profunda). Depois de muitas horas sofrendo o paciente tem uma aparente melhora... aí depois de 2 ou 3 dias ele tem os acessos maláricos novamente. Esses acessos acontecem a cada 48 horas ou a cada 72 horas (depende do plasmodium e também do hospedeiro).
  • debilidade física
  • náuseas
  • vômitos
  • palidez
  • dor de cabeça, dor no corpo, dor muscular
  • baço palpável
  • anemia
  • Esplenomegalia Tropical


Malária grave e complicada: Plasmodium falciparum
  • hipoglicemia
  • convulsões
  • hiperpirexia (febre muito alta)
  • vômitos
  • icterícia
  • distúrbios da consciência
  • malária cerebral (causa de morte)
  • insuficiência renal aguda (causa de morte)
  • edema pulmonar agudo (causa de morte)



terça-feira, 26 de junho de 2012

Metabolismo do Glicogênio


METABOLISMO DO GLICOGÊNIO

Glicogênio é um polímero de glicose (várias unidades de glicose) altamente ramificado, contendo ligações alfa 1,4 que por demanda pode liberar glicose-6-fosfato e glicose.

É a principal forma de armazenamento de CHO nos animais.

Os principais depósitos de glicogênio no corpo são encontrados no fígado e músculo esquelético, na forma de grânulos. Nesses grânulos encontram-se as enzimas responsáveis pela síntese e degradação.
Origem da glicose circulante

"O cérebro e as hemácias necessitam diariamente de uma quantidade grande de glicose. Para que este suprimento seja ininterrupto, o organismo dispõe de mecanismos destinados a manter a oferta de glicose circulante, possibilitando sua captação contínua por aqueles tipos de célula, mesmo em tempos afastados da ingestão de refeições. A medida que vai diminuindo a concentração de glicose circulante derivad diretamente da absorção dos alimentos, a degradação crescente do glicogênio hepático mantém a concentração adequada de glicose sanguinea. No entanto, a reserva hepática de glicogênio é limitada e insuficente para manter níveis glicêmicos normais além de 8 horas de jejum. Após este período, a contribuição da reserva de glicogênio decresce, ao mesmo tempo em que é acionada uma outra via metabólica de produção de glicose. Esta outra via, que se processa no fígado e nos rins, é a gliconeogênese. A gliconeogênese consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos: aminoácidos, lactato e glicerol", (Marzzoco, 2007).

No músculo, os aminoácidos são convertidos a alanina e glutamina, suas principais formas de transportes até o fígado. O lactato origina-se dos músculos submetidos a contração intensa e de outras células que degradam glicose anaerobiamente - hemácias, medula renal, retina e etc. No fígado e nos rins, alanina, glutamina e lactato convertem-se em piruvato, que origina glicose pela gliiconeogênese. O glicerol, derivado da hidrólise de triacilgliceróis do tecido adiposo durante o jejum, tem pequena importância quantitativa na produção de glicose.

Então, o glicogênio hepático tem como função manter a glicemia e o glicogênio muscular tem como função fazer reserva de combustível para a síntese de ATP durante a contração muscular.


1 GLICOGENIO

O que é o glicogênio?


O glicogênio é uma macromolécula formada por monômeros de glicose. Sendo que as glicoses podem estar ligadas através de ligações glicosídicas alfa 1,4 e alfa 1,6. As ligações alfa 1,4 ocorre entre moléculas de glicose quando não tem ramificação. Já a ligação glicosídica alfa 1,6 ocorre quando tem ramificação.

O glicogênio fica dentro de um granulo no citoplasma de células hepáticas e musculares. E nesses grânulos é que ficam as enzimas responsáveis pelas catálises e sínteses do glicogênio.

- Síntese (glicogênese): ocorre quando há um aumento de glicose na corrente sanguínea (após as refeições)
- Degradação (glicogenólise) - atende a diferentes necessidades:
1) degradação do glicogênio hepático: entre as refeições e jejum noturno (libera glicose)
2) degradação do glicogênio muscular: na contração muscular (libera energia)


1.1 SINTESE DO GLICOGÊNIO (GLICOGÊNESE)

A síntese do glicogênio são repetidas adições de resíduos de glicose. Mas para a glicose ser anexada em um fragmento de glicogênio ela tem que estar ativada. Ela é ativada quando está ligada a uma molécula de difosfato iuridina (nucleotidio ligado a 2 grupos fosfatos).

Quando que ocorre a síntese do glicogênio, seja muscular ou hepático? Ocorre geralmente após uma alimentação rica de CHO, pois ocorre o aumento sérico de glicose e então ocorre o estímulo para liberação de insulina pelo pâncreas. Essa insulina vai intermediar a captação de glicose pelos tecidos periféricos. Já o fígado não precisa de insulina, pois possui o transportador de glicose na membrana plasmática. Já o músculo precisa.

Depois que entra na célula tem que ser fosforilada, na maioria dos tecidos é a hexocinase mas no fígado é a glicocinase.

A glicose uma vez fosforilada no carbono 6 vai se transformar em glicose 6-fosfato e depois isomerizada me glicose-1-fosfato. As enzimas dessas reações também são reguladoras.

A glicose-1-fosfato vai reagir com a molécula de UDP liberando um pirufosfato (2 mol de fosfato) e a glicose UDP. Essa glicose UDP é que é a glicose ativada a que pode ser anexada a um fragmento de glicogênio ou simplesmente a glicogenina (proteína necessária caso não tem gllicogênio).

Pois para ter a sintese de glicogênio é necessário ou ter o fragmento de glicogênio ou a glicogenina. A enzima que cataliza a ligação da glicose ativada a uma dessas duas opções é a glicogênio sintase – cataliza a reação irreversível – também é reguladora da glicogênese. Essa é a principal enzima reguladora.

A glicogenio sintase vai catalizar então a ligação da UDP glicose ao fragmento de glicogênio ou a glicogenina estabelendo as ligações alfa 1,4. Ou seja, a glicogênio sintase catalisa simplesmente a síntese linear das moléculas de glicogênios. Quando se tem uma ramificação tem uma ligação glicosídica alfa 1,6, mas a glicogênio sintase so catalisa a ligação da glicose fazendo a ligação glicosídica alfa 1,4. Então é necessário que tenha a ramificação, mas essa ramificação não é catalisada pelo glicogênio sintase.

Para ter a ramificação tenho que ter a ação de outra enzima chamada de enzima ramificadora, o que ela faz? Catalisa a transferência de 5 a 8 resíduos de glicose da extremidade não redutora para outro resíduo da cadeia de glicogênio fazendo a ramificação. Isso ocorre varias vezes para que a molécula de glicogênio seja bastante ramificada.

Requisitos para a síntese de glicogênio:

- tem que ter uma glicose ativada, que é a glicose ligada a uma molécula de UDP. Essa glicose vai se ligar a outro resíduo de glicose que já estará fazendo parte do fragmento de glicogênio ou se ligando na glicogenina. Após isso tem a ação de outra enzima que é a enzima ramificadora.


Ou seja, o resíduo de glicose a ser incorporado no fragmento de glicogênio deve estar sob uma forma ativa, a glicose deve estar ligada a uma molécula difosfato de uridina (UDP).

O processo ocorre no citosol e requer energia fornecida pelo ATP e pelo trifosfato de uridina (UTP). A glicose a ser incorporada, deve estar ligada a um nucleotídeo de uracila, constituindo uracila difosfato glicose (UDP-glicose). A UDP-glicose é sintetizada a partir da glicose 1-fosafto e do UTP pela UDP-glicose pirosfosforilase.

A UDP-G é o substrato da enzima glicogênio sintase, a enzima que, efetivamente, catalisa a síntese.

Ocorre através da catalisação da enzima glicogênio sintase que catalisa a síntase de ligações alfa 1-4 e as ramificações são formadas pela ação da enzima ramificadora transglicosidase (cria uma ligação alfa 1-6). Prossegue por adição de resíduos de glicose às extremidades não-redutoras, catalisada pela glicogênio sintase.

Resumo:

Após a refeição aumenta a concentração de insulina no sangue - entra glicose nas células - a glicose é fosforilada, a glicose UDP ativa a glicse -- a glicose vai se ligar nos fragmentos de glicogênio - isso vai ocorrendo com todas as glicoses que entram - ficam linear - entra a enzima ramificadora - catalisa a ramificação e então forma o glicogênio.

Quanto mais ramificações o glicogênio tem mais solúvel (H20 livre) é.
Quanto mais ramificações, maior a chance e velocidade de síntese.

Ou seja, as ramificações aumentam a solubilidade e a velocidade de síntese e de degradação do glicogênio.




Então,
a glicogênio síntase faz as ligações alfa 1,4 no glicogênio mas não pode captar novas moléculas de glicose, só podem alongar cadeias de glicose existentes.

Dessa maneira, essa enzima utiliza como aceptor de glicose:
- fragmento de glicogênio
- proteína específica (glicogenina) utlizada apenas na ausência do fragmento de glicogênio)

Para unir as moléculas, a enzima ramificadora transfere uma cadeia de 5 a 8 resíduos de glicose da extremidade não redutora para outro resíduo da cadeia de glicogênio, fixando-o por ligação alfa 1,6.


1.2 DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO (GLICOGENÓLISE)

A degradação do glicogênio consiste na remoção de resíduos de glicose por ação da enzima glicogênio fosforilase. A degradação continua pela enzima desramificadora e também pela alfa 1,6 glicosidase.

A glicose-1-fosfato é isomerizada a glicose-6-fosfato pela fosfoglicomutase, que pode ser degradada pela via glicolítica, formando lactato no músculo. No fígado, a glicose-6-fosfato é preferencialmente hidrolisada por ação da glicose-6-fosfatase, produzindo glicose, que é liberada na circulação.

No fígado, a síntese de glicogênio é acelerada quando o  corpo está bem alimentado, enquanto a degradaão do glicogênio é acelerada em períodos de jejum. No músculo esquelético, a degradação do glicogênio ocorre durante o exercício e a síntese começa assim que o músculo entra novamente em repouso.

Atividade da glicose-6-fosfato
No Músculo: gera glicólise --> piruvato, pode seguir 2 caminhos, com O2 (CK e CR) e sem O2 (Lactato) == produção de energia
No Fígado: glicose-6-fosfatase --> glicose --> corrente sanguínea == libera glicose para o sangue (manutenção da glicemia)

A síntese e a degradação são reguladas devido a importância da manutenção da glicemia.

Fígado
Síntese: períodos pos alimentares
Degradação: períodos em jejum

Músculo
Síntese: ocorre quando o músculo está em repouso
Degradação: ocorre durante o exercício

Regulação do metabolismo do glicogênio

- Glicogênio síntase: é ativada por aumento de glicose-6-fosfato e por aumento de ATP
- Glicogênio fosforilase: é inibida por aumento de glicose-6-fosfato e por aumento de ATP



2 - GLICONEOGÊNESE

Alguns tecidos requerem suprimento contínuo de glicose como combustível metabólico (cérebro, hemácias e outros). No jejum prolongado os depósitos de glicogênio hepáticos são exauridos e a glicemia é mantida através da gliconeogênese.

Os principais precursores não glicídicos são lactato, aminoácidos e glicerol. O lactato é formado pelo músculo esquelético ativo quando a velicidade da glicólise excede a do metabolismo oxidativo. Ele é prontamente transformado em piruvato pela lactato desidrogenase. Os aminoácidos são provenientes das proteínas da dieta e, durante o jejum, da degradação de proteínas do músculo esquelético. O glicerol é oriundo da hidrólise de triglicerídeos em células adiposas. Esses precurosres são transportados ao fígado onde são transformados em glicose. A liberação desse açucar ajudará a manter o nível glicêmico para atender as demandas metabólicas do organismo do indivíduo.

Ou seja, a glicogeogênese ou neoglicogênese consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos (aminoácidos, lactato e glicerol).

Ocorre em 90% no fígado e 10% nos rins.

Substratos

Lactato
O lactato vai para a corrente sanguínea, entra no fígado, no fígado ocorre a transformação de lactato - piruvato - glicose, que é então liberada para a corrente sanguínea. Ou seja, a glicose vinda do lactato será liberada para a corrente sanguínea para manter a glicemia.

Aminoácidos

A degradação de proteínas e utilização de seus aminoácidos para a gliconeogênese é um processo fisiológico normal, acionado precocemente, antes mesmo que a reserva hepática de glicogênio torne-se insuficiente para a manutenção da glicemia.




FALTA ESSA PARTE E DO GLICEROL TAMBÉM


Reações exclusivas da gliconeogênese

A gliconeogênese não é uma simples revrsão da glicólise pois nas reações irreversíveis da glicólise catalisada pela piruvato cinase, fosfofrutocinase-1 e pela glicocinase são feitas por outras enzimas: piruvato carboxilase, fosfaenolpiruvato carboxilase e a frutose -1,6-bifosfatase.

A primeira reação (que é catalisada pela piruvato quinase) é substituída por 2 reações:

Reação 1: Carboxilação do piruvato, formando oxaloacetato

O piruvato produzido no citosol entra na mitocôndria por ação da piruvato translocase. Na mitocôndria, o piruvato, através da ação da piruvato carboxilase produz oxaloacetato.
A piruvato quinase é encontrada apenas nas mitocôndrias das células do fígado e rins.

Reação 2: Descarboxilação do oxaloacetato

- O oxaloacetato entra no citosol onde estão as outras enzimas da gliconeogênese
- O oxaloacetato é incapaz de atravessar a membrana mitocondrial interna, por isso é reduzido a malato.
- O malata, transportado da mitocondria ao citosol é reoxidado a OAA.

Dentro da mitocondria
OAA ----> malato

No citosol
Malato ----> OAA ----> PEP
A reação de malato a OAA ocorre atraves da fosfoenolpiruvato carboxiquinase

O PEP é transformado em frutose 1,6 difosfato pelas enzimas que compõem a glicólise (reações reversíveis).

Reação 3: Defosforilação da frutose 1,6 difosfato

A reação irreversível catalisada pela fosfofrutoquinase é substituida por uma reação catalisada pela frutose 1,6-bifosfatase

Frutose 1,6-bifosfato + H2O --> frutose-6-fosfato + Pi

A frutose-6-fosfato é isomerizada a glicose-6-fosfato pela fosfoglicoisomerase. Mas, a glicose-6-fosfato não pode atravessar a membrana plasmática, para manter a glicemia.

Reação 4: Defosforilação da glicose-6-fosfato

A reação irreversível catalisada pela glicoquinase é substituída por uma reação catalisada pela glicose-6-fosfatase.

Glicose-6-fosfato + H2O ---> glicose + Pi ---> essa glicose vai atravessar a membrana e cair na corrente sanguínea.

Importante:
A glicose-6-fosfatase, assim como a piruvto carboxilase, é encontrada apenas no fígado e rins. Assim, o músculo não pode fornecer glicose para a corrente sanguínea através da gliconeogênese.




Regulação da gliconeogênese

- Piruvato carboxilase:
A enzima piruvato carboxilase catalisa a primeira reação da gliconeogênese e é o primeiro ponto de regulação desta via. É uma enzima alostérica ativada pelo Acetil-CoA. Quando os níveis de acetil na mitocôndria estão elevados, este estimula a transformação do piruvato em oxaloacetato.

- Frutose-1,6-bifosfatase
A frutose-1,6-bifosfatase é alostérica e regula a velocidade de síntese de glicose pela célula. Essa enzima é ativada alostericamente quando os níveis de ATP e frutose-2,6-bifosfatase estiverem aumentados na célula. Entretanto, se os níveis energéticos da célula estiverem diminuídos, indicados pelo aumento da concentração do AMP, a reação será interrompida.

A redução dos níveis de glicose no sangue aumentam a liberação de glucagon e inibem a de insulina, isso vai resultar na diminuição da frutose 2,6-difosfato que ao mesmo tempo que inibe a fosfofrutocinase que vai iniber a glicólise, vai ativar a frutose 1,6-difosfatase ativando a gliconeogênese.,

terça-feira, 24 de abril de 2012

Bioquímica (Introdução)

SOLUÇÃO TAMPÃO

É uma substância que mantém o pH cosntante, ele estabiliza o meio formado por um ácido fraco e a sua base conjugada. Ele não deixa o pH aumentar e nem baixar.

São ácidos fracos que, em solução aquosa, impedem grandes variações de pH.

Os ácidos são chamados fracos quando não liberam todo o seu conteúdo de H+ no meio, dissociam-se parcialmente em meio aquoso.

HA = acido fraco (Libera prótons de hidrogênio H+)
A = base conjugada (pode associar-se a H+)

Base é qualquer substância capaz de se associar a H+ e é chamada de base conjugada, por estar associada a ionização de um ácido fraco ou su bstâncias que vão retirar prótons de hidrogênio.

pH significa um valor numérico que indica a concentração de íons de H+ (hidrogênio).

Quando uma molécula apresentar 1 carga positiva e outra carga netativa. O pH é neutro. pH 7

Tampão é uma escala inversa.

pH (meio alcalino, básico): possui baixa concentração de prótons de hidrogênio. Desprotonado. pH de 7 a 14
pH (meio ácido): alta concentração de prótons de hidrogênio. Protonado. pH de 0 a 7
pH base: retira prótons de hidrogênio
pH ácido: libera prótons de hidrogênio


Exemplos de pH
- pH plasmático: 7,4
- pH suco gástrico:  1,6 a 1,8
- pH da bile: 7,8 a 8,6
- pH da urina: 5,5 a 7,5
- pH da saliva: 6,2 a 7,4
- pH do café: 4,8 a 5,2
- pH do ovo: 7,6 a 8,0
- pH do suco de limão: 2,8 a 3,4
- pH água da torneira: 6,5 a 8,0


Principais Tampões Biológicos

Nos organismos vivos, a manutenção do pH é feita por uma série de tampões. Os mais importantes são:

1 - Tampão fosfato: importante para a manutenção do pH no meio intracelular.

2 - Tampão bicarbonato: importante na manutenção do pH do plasma sanguíneo. Ion Bicarbonato

Apesar de sua eficiênca o sistema tampão pode não ser capaz de evitar variações de pH quando determinadas alterações metabólicas ou respiratórias ocorrem aumentando muito a liberadação de ácidos ou bases para o líquido extra celular. Nestas condições surgem os estados metabólicos conhecidos como
Acidose - baixo pH sanguíneo.
Alcalose - alto pH sanguíneo

Algumas proteínas como a hemoglobina tem efeito tamponamento devido as características de seus amioácidos, pois os aminoácidos apresentam grupos ionizáveis (íons: partículas carregadas devido a presença de cargas) que funcionam como ácidos.


Ácidos, bases, pH e tampões, ainda:

Em um meio recipiente contendo água pura existe uma grande quantidade de moléculas de H2O que formam pontes de hidrogênio uma com as outras e uma pequena concentração equimolar de íons H+ e OH-, visto que cada molécula que se ioniza libera um desses íons.


Definições importantes para o entendimento de Bioquímica:

Átomo: um átomo é a menor estrutura "neutra" da matéria que conserva as propriedades dos elementos químicos e é capaz de reagir quimicamente. É composto por diferentes partículas subatômicas. São eles:
- Prótons (+): com carga positiva, massa no núcleo do átomo.
- Néutrons: com carga neutra, massa no núcleo do átomo.
- Elétrons (-): com carga negativa, massa desprezível, na eletrosfera.
Principais átomos que formam nosso corpo: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio.

Moléculas: a molécula é a junção, o ligamento de átomos, prótons e elétrons, néutrons formando uma molécula (proteína, carboidrato, lipídio, entre outros).

Ligações covalentes: são átomos unidos devido ao compartilhamento dos seus elétrons, causando uma atração mútua entre átomos não metálicos. A ligação covante pode ser "simples", um par de elétrons compartilhando. "Dupla", quando dois pares de elétrons fazem o compartilhamento. "Tríplice" quando três pares de elétrons estão compartilhados.

Fórmulas estruturais e Formulas moleculares


Função Orgânica:

Para uma cadeia carbônica ser inserida numa classe de compostos, além de carbonos e hidrogênio deve conter um grupo funcional. Entende-se como grupo funcional uma estrutura molecular que confere às substâncias comportamentos químicos semelhantes. O conjunto de compostos que apresentam o mesmo grupo funcional é denominado de Função Orgânica.

Os compostos orgânicos podem ser classificados conforme os átomos constituintes, radicais ligantes ou natureza das ligações. Portanto, essas características agrupam os compostos por semelhança que formam assim as funções orgânicas.

As principais funções orgânicas são: hidrocarbonetos, alcool, cetonas, esteres, éteres, amidas e aminas.

Hidrocarbonetos: são compostos constituídos por apenas átomos de carbono e hidrogênio. Senso essa função composta por uma ampla gama de combustíveis (melano, propano, acetileno) é apolar.

Álcool: os álcoois são constituídos por radicais de hidrocarbonetos ligados a uma ou mais hidroxilas, entretanto nunca podem ser considerados bases, pois não liberam essa hidroxila em meio aquoso. Exemplo: 2 carbonos ligados auma hidroxila.

Cetona: são compostas por dois orgânicos (alinfáticos ou aromáticos) ligados entre si pelo grupo carbonila (CO).

Ester:

Eter:

Amida:

Amina:


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ciclo II - Módulo I - Patologia (Parte IV)

INFLAMAÇÃO

A inflamação é uma reação dos tecidos conjuntivos vascularizados a uma lesão local.

Resposta do organismo contra agressão e é formado por células de defesa, leucócitos.

As células de defesa vão através dos vasos e então mediadores químicos são gerados na membrana tanto para atuar no vaso como também para ativar as células de defesa.

Na inflamação ocorre hiperemia ativa patológica e edema.

A histamina (mediador químico) ativa o vaso liberando substância química.

Quando tem uma lesão substâncias químicas (no caso da inflamação a histamina) vai agir no vaso para dilatá-lo, para ter hiperemia ativa patológica e edema.

As enzimas que estão no local lesado vai atrair as células de defesa sobre a lesão ocorrida.

ITE no final = inflamação. Ex: sinusite, rinite, bronquite, artrite, hepatite, conjuntivite, flebite (nas veias), arterite (nas artérias). O local está tendo uma inflamação. A inflamação é boa o ruim é o agente agressor.

As células de defesa combatem o agente agressor mas acabam combatendo também as células dos tecidos. Quando a inflamação está mais combatendo do que respondendo, toma-se antiinflamatório.

A inflamação possui dois componentes principais:
- vasos sanguíneos e
- células de defesa

A inflamação é benéfica mas as vezes se torna malígna. Exemplo de inflamação malígna: cirrose hepática). No paciente com cirrose, ao invés da inflamação limpar, ela vai induzir mais inflamação.

Para ter resposta inflamatória no local precisa de:
- lesão
- e liberação de mediadores químicos após a lesão.



Caracterísitcas:

A inflamação é uma resposta sempre local, inespecífica, ou seja, mesma resposta inflamatória do agente agressor.

A inflamação é a primeira linha de defesa da imunidade inata (inespecífica). É inespecífica (a mesma resposta inflamatória contra qualquer agente agressor). Como assim? Tem que ativar vaso, tem que ocorrer migração de células de defesa para o local.

É mesenquimal (vascularizados) porque tem que chegar nos vasos.

Quando é bactéria existe placa de pus, que são células dedefesa mortas.

Imunidade inata: primeira linha de defesa, um dos componentes é a resposta inflamatória.


São três itens para resposta inflamatória:
local;
inespecífica;
mesenquimal


Numa inflamação de garganta sabe que é uma infecção bacteriana quando tem pus.

Quando sai secreção esverdeada pelo nariz = bactéria
Quando sai secreção esbranquiçada pelo nariz = muco



Diferença de infecção para inflamação

Infecção: microorganismo proliferando no meu corpo
Inflamação: resposta do meu organismo contra qualquer agente agressor, inclusive infecção.

Toda vez que tem infecção, tem inflamação. Mas nem sempre que tem inflamação, tem infecção.


O que gera inflamação: células mortas, ácidos, mercúrios


Componentes principais da inflamação: células de defesa e vasos sanguíneos

Qual é o objetivo da inflamação: eliminar o agente agressor. Vai fazer a fagocitose, se não conseguir libera enzimas para matar essas células. Como vieram muitas células para o loca, depois que eliminou o agente, ela tem que reparar o tecido. Quando não volta ao normal, cicatriza (é depositado o tecido conjuntivo).


Objetivo principal da inflamação: eliminar o agente agressor e depois reparar o tecido.

É uma resposta benéfica fundamentalmente de defesa porque elimina o agente agressor

É uma resposta maléfica porque pode combater também as células do tecido. Quando ela ataca mais o tecido do que elimina o agente agressor é uma resposta maléfica. Ex: cirrose hepática. Quando tem a resposta, não consegue limpar, tem cicatrização gerando a cirrose hepática.

Doenças auto-imunes também são maléficas porque as células de defesa agem contra os tecidos.



Resposta inflamatória inicial:

Lesão → induz a produção e liberação de mediadores químicos → induz a dor → ativa os vasos → gera resposta inflamatória.

Os analgésicos inibem os mediadores químicos.
Tem medicamentos que inibem a ativação dos vasos.
Tem medicamentos que inibem a migração das células de defesa.

Lesão -> liberação de mediadores químicos -> alterações no calibre vascular levando a um aumento do fluxo sanguineo local -> mudanças estruturais na microvasculatura que permite a saída de proteínas plasmáticas e de leucócitos -> formando edema -> emigração de leucócitos da microcirculação, principalmente neutrófilos, e sua ativação para eliminar o agente causador da lesão.


→ Isquemia

Redução ou parada do fluxo sanguíneo para um órgão ou tecido por diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares.

É quando por algum motivo um vaso não está conseguindo sangue arterial para as células. Qualquer coisa que atrapalha o fluxo sanguíneo arterial, leva a um quadro de isquemia.

Diminuição do fluxo sanguíneo arterial = isquemia.

Etiologia:
Trombo
Embolo
Tumor crescendo
Fumante: as células endoteliais ficam descompensadas devido a nicotina.
Hipertensão: fluxo sanguíneo bate nas células endoteliais
Hipertensão acentuada → choque
Disfunção endotelial crônica: tabagismo, diabetes, hipertensão etc...
Aumento da viscosidade do sangue;
Redistribuição sanguínea: sono por isquemia cerebral na digestão / hiperemia gastrointestinal;
compressão vascular;
obstrução do vaso.


Isquemia (redução do fluxo sanguíneo) devido a artéria bloqueada.

Fisiopatologia: diminuição do fluxo sanguíneo
Consequências: infarto → necrose
Obstrução lenta
Obstrução rápida
grau de redução do calibre da artéria afetada
vulnerabilidade do tecido
eficiência da circulação colateral
degenerações

Isquemia temporária: na hora que a gente come, vai todo o flluxo sanguíneo para o trato gastro intestinal e falta no cérebro, é por isso que causa sono.



Consequências da isquemia:

→ Infarto: necrose que se instala após interrupção do fluxo sanguíneo devido a oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa em um tecido.

Classificação:
→ Infarto branco ou isquêmico: área de necrose de coagulação (isquemia) causado por um rompimento. É sempre falta de fluxo sanguíneo arterial.

→ Infarto vermelho ou hemorrágico: área da necrose edematosa e hemorrágica, ocasionada por hipóxia. Porque tem muito sangue.
A oclusão arterial ou venosa pode provocar infarto vermelho. Por obstrução venosa o sangue venoso não sai e o arterial não passa.

Pode ser causado primeiro por um infarto branco e depois ficando vermelho.



Consequências do infarto: depende do órgão.

Sintomas: dor local ou irradiante, febre, aumento na velocidade de hemossedimentação e de enzimas (transaminases, fosfatases, etc...) As vezes até icterícia (em excesso no infarto vermelho)


→ Choque

O nome choque é de origem alemã, parada de fluxo sanguíneo, parada de circulação no sangue, por algum motivo não está circulando sangue, isso chama deficiência circulatória aguda da perfusão tecidual (hipofusão grave ou aguda).

Em francês: parada
Em alemão: sacudida

Perfusão Tecidual: o coração é a bomba que faz o sangue circular. O tamanho dos vasos é importante para a alteração do fluxo sanguíneo.

Diminui volemia → diminui volume de sangue circulante que gera hipoperfusão generalizada.

Deficiência circulatória aguda da perfusão tecidual (hipoperfusão), grave e generalizada. Incapacidade do sistema vascular.


Sistema Circulatório

Função do coração → Perfundir os tecidos corporais e suprí-los com O2
Depende:
da capacidade de bombeamento do coração
do sistema vascular que transporta sangue para as células e de volta ao coração.

O coração é a bomba que faz o sangue circular.

Os vasos sanguíneos, tônus, tamanho é importante para a circulação, pois o calibre dos vasos é muito importante.

→ Volemia: volume de sangue circulando
→ Hipoperfusão generalizada: vários tecidos ao mesmo tempo sem fluxo sanguíneo.

Etiologia:
Ex: o infarto agudo do miocardio → o coração diminui, é chamado de choque cardiogênico, significa que o problema está no coração.



Choque

O que pode causar um choque?
Diminuição da capacidade cardíaca e obstrução do fluxo sanguíneo.

Diminuição da volemia com hipotensão sistêmica e diminuição do fluxo sanguíneo e da perfusão residual.

→ Diminuição do retorno venoso (“n” tipos)

Queda do tônus vasomotor por defeito no controle pelo centro vasomotor cerebral / (choque neurogênico), com expansão do leito vascular (vasodilatação) e hipovolemia relativa (atenção da volemia em vasos).


Choque cardiogênico
Significa que o problema está no coração.


Choque neurogênico
O problema está no cérebro, ele é que controla o tônus calibre do vaso, é causado por anestesia geral, traumas graves, alguma coisa que atrapalha o controle do tamanho dos vasos. Ou seja, no cérebro, causado por traumas graves. O controle do calibre dos vasos ficam relaxados.


Choque anafilático
Vasodilatação maciça causada por mediadores químicos da resposta inflamatória. É o da alergia. Ex: injeção penicilina, aí todos os mastócitos libera histamina em todos os vasos, isso dilata os vasos e diminui o fluxo sanguíneo.

→ Infecções graves principalmente com bactérias gram negativas levam a uma resposta → choque séptico.


Choque Séptico
Infecção por bactérias gran negativa. Todos os vasos dilatam ao mesmo tempo, mas devido a uma resposta inflamatória contra a bactéria, não tem sangue suficiente para preencher todos os vasos.
→ Glândula adrenal libera catecolaminas, vasoconstrição periférica, taquicardia, pele pegajosa, fria e pálida.

No séptico (septicina) e anafilático (alergia) ocorre liberação de mediadores químicos.


Choque hemorrágico



FENÔMENOS DA INFLAMAÇÃO

Fenômenos Irritativos
Ocorre a liberação de mediadores químicos.
Provocados pela agressão. São representados pelas modificações que ocorrem nas células, na substância fundamental amorfa e no líquido intesrsticial, com proidução, ativação e solubilização de substâncias químicas, cuja ação desencadeará os fenômenos seguintes da inflamação.

Fenômenos Vasculares
Vasodilatação do fluxo sanguíneo arterial
Aumenta a permeabilidade dos vasos

Fenômenos Exsudatos
Saída dos leucócitos do vaso (diapedese)
Saída de líquidos rico em proteínas (exsudato)
Aumenta a permeabilidade coloidosmótica no tecido = acúmulo de líquido = edema
Rubor = vermelho
Tumor = edema

Fenômenos Necrotizantes
Necrose no tecido aos leucócitos ao agente agressor

Fenômenos Reparativos
Leucócitos, mediadores químicos → para deposição de um novo tecido.
Ocorre a reabsorção do líquido pelos vasos linfáticos.
Ocorre a apoptose dos leucócitos.


Toda vez que tem agressão, libera mediadores químicos no local lesado.

- as próprias células do tecido
- leucócitos, produzidos pela MP
- plasma → a cascata de coagulação ativada
- houve lesão, atrai células de defesa
- cascata de complemento → é ativado na parede da proteína, isso é para formar poros, pois a substância é antigênica (ruim) e precisa morrer
- terminações nervosas
- agente agressor


Mediadores químicos:

Substâncias que são geradas nos tecidos a partir do contato com o agente inflamatório vão induzir fenômenos vasculares e exsudativos.

Os mediadores são responsáveis pelo início dos fenômenos vasculares e exsudativos e atuam na manutenção dos fenômenos vasculares e exsudativos e nos fenômenos reparativos - produtivos levando a cura ou cronificação do processo.

O principal mediador químico que ativa o vaso é a histamina.

Mediadores químicos humostático → atrai células de defesa

Por que tem febre na resposta inflamatória: ela já faz parte, agindo nos neurônios para aumentar temperatura, isso é o próprio organismo tentando controlar a resposta inflamatória.

Por que tem dor? Fica dolorido porque tem substâncias químicas irritando os terminais nervosos causando dor.


As células troncos são produzidas na médula óssea, são … em leucócitos.



Polimorfonucleares (único núcleo)

Neutrófilos:
A primeira célula que chega quando ocorre lesão (neutrófilo) = bacterianos;

Eosinófilos:
Ocorre parasitaria (infecção)

Basófilos:
Agem na alergia (histamina)


Mononucleares

Linfócitos:
TCD4 (infecções virais) e TCD8
LB → anticorpos (plasmócitos)

Macrófagos:
Fagocitose: inflamação crônica (que dura mais de 3 meses)

Mastócitos:
histamina – principal produtos de histamina


Mediadores químicos aumentam o fluxo sanguíneo

- Mediadores químicos que atrai células de defesa: quimiotaxia, através de: toxinas, citocinas, toxinas bactérias, fagocitose.
- Vacúolo digestivo: é formado para matar bactérias através das enzimas liberadas.
- As próprias células do nosso corpo fabricam hipoclorido para matar bactérias; radicais livres de oxigênio. O radical livre começa a degradar a membrana, por isso, se libera muito radical livre no tecido causa necrose.

A quimiotaxia é o processo no qual os leucócitos após o extravasamento migram no tecido em direção ao local da lesão.

Regeneração: pelo mesmo tecido;
Cicatrização: tecido conjuntivo;


Inflamação aguda: dura horas, dias, semanas

Inflamação crônica: dura meses, anos ou até a morte, não elimina o agente agressor, começa a liberar substâncias químicas para liberar e formar tecido conjuntivo na área e vasos sanguíneos. Nessa é ruim porque o local vai sendo cicatrizado, ocorrendo depósito de tecido conjuntivo, e pode perder o órgão, o local onde está ocorrendo.

Principais fenômenos da infecção aguda são os vasculares oxidativos;

O objetivo da inflamação aguda: eliminar o agente agressor.

O objetivo da inflamação cronica: minimizar os danos tentando enclausurar o agente agressor.

Na inflamação aguda os fenômenos são produzidos e reparativos.


Macrófagos: células gigantes
Linfócitos T: citocinas liberam citocinas para formar células gigantes
Linfócitos B: anticorpos se transformam plasmócitos são celulas produtoras de anticorpos

Existem dois tipos de classificação da inflamação crônica:
granulomatosa: forma cápsula; células inflamatórias formando para diminuir o agente agressor.




CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA INFLAMAÇÃO

Classificação da informação quanto ao quadro histológico

INFLAMAÇÃO EXSUDATIVA

Fenômenos vasculares – exsudativos (mais vistos nas informações agudas)

O líquido pode ser claro ou esverdeado (pus) e quando está esbranquiçado (fibrina).


a)Serosa: quando é clarinho, aquoso, límpido (pobre em células).
Quando o exsudato produzido é claro. Ex: rinite alérgica ou viral.


b) Purulenta ou supurativa: quando tem pus. O exsudativo é cremoso, amarelo esverdeado, rico em PMN.
Quando tem a saída de pus (células de defesa mortas, algumas células vivas, células do tecido morto e líquido). Geralmente quando tem pus é porque tem infecção bacteriana.

TIPOS:

Pústula: inflamação pequena na camada superficial da derme.

Furúnculo: inflamação na derme ou hipoderme, associa-se a infecções com staphylococcus.

Antraz: conjunto de furúnculos com necrose de superfície externa.

Abscesso: cavidade formada num órgão cheio de pus (bolsa de pus que foi formado). O problema é que as células de defesa vão matar as bactérias e também o próprio tecido.

Coleção de pus: acúmulo de pus dentro dos órgãos, acúmulo de pus em cavidades naturais. Prefixo: PIO.

Flegmão: inflamação difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo. Geralmente associado a infecções.


c) Fibrinosa: quando tem fibrina
Esbranquiçado. A fibrina vem do sangue. O exsudato fica rósea... exsudato fibrinoso.


d) Pseudomembranosa: é um tipo de inflamação fibrinosa mas ocorre em mucosas e tem a formação de tipo uma cola entre a mucosa e o órgão. Entre as mucosas formam muito fibrina tendo a aderência do órgão com as mucosas.




INFLAMAÇÃO ALTERATIVA

O local que está inflamado vai ficar alterado. Ou pode ser uma inflamação alterativa onde so tem lesão do tecido, ou pode levar a necrose no local.

Tem alteração daquele local:
Erosiva: altera apenas o tecido epitelial. A necrose é no tecido epitelia.
Ulcerativa: a necrose altera o tecido epitelial e conjuntivo.
Necrotizante: necrose das células inflamatórias no local.
Gangrenosa: onde os tecidos inflamados e necrosados sofrem ação do ambiente formando uma gangrena no local.
Hipotrofiante: necrose das células do órgão com diminuição do número de células e adicionando tecido conjuntivo. Diminui de tamanho. Ocorre muito em glândulas.



INFLAMAÇÃO PROLIFERATIVA OU PRODUTIVA

Hipertrofiante / hiperplaciante. Aumento do número de células do tecido. Crônica, preferencialmente de mucosas, com prliferação de tecido conjuntivo.

Se tem inflamação crônica, tem proliferação de tecido da mucosa. Pode ser:
- Inflamação Proliferativa Esclerosante: proliferação de tecido conjuntivo.
- Inflamação Proliferativa Granulomatosa: proliferação de granulomas.




CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO DE ACORDO COM O LOCAL


Pode ser:
Focal, Multifocal, Localmente extensiva ou Difusa.




CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO DE ACORDO COM A INTENSIDADE

Leve, moderada ou grave.




PROCESSO DE REPARAÇÃO

Depois que houve a lesão, tem que ter o reparo do local que foi lesado.

Reposição com células sadias.

- Reparo por regeneração: parênquina do órgão (células do mesmo órgão). Depois que as células de defesa eliminam o agente, ela induz a proliferação das células daquele tecido.
- Reparo por cicatrização: quando é por estroma (tecido conjuntivo de sustentação do órgão). Quando ocorre toda a destruição daquelas células (estroma, arquitetura do órgão) aí vai ter que colocar o tecido conjuntivo.


Para saber que tipo de reparo:

1 - Depende do tipo de célula que tem o órgão para saber qual tipo de reparo vai ocorrer. Tipos:

- células lábeis: epitélios de revestimento, células do sangue. Estão em mitose o tempo todo então ocorre a regeneração.
- Células estáveis: não estão em mitose mas podem ficar. Ex: células do fígado, túbulos renais, glândulas. Podem ou não se regenerar pois essas células podem entrar em mitose.
- Células permanentes: neurônios, células musculares, células do coração. Não entram em mitose. Nunca vai haver regeneração.

2 – Depende do grau de destruição
- Se houver muita destruição não tem como regenerar, aí vai cicatrizar.

3 – Tipo de inflamação
- Depende se é crônica ou aguda. Aguda é mais fácil de ter regeneração. Na crônica é muito difícil ter regeneração. Quanto maior o tempo, maior a possibilidade de ter cicatrização.

4 – Fatores locais:
- irrigação
- o tamanho e a localização da lesão
- aposição e imobilização


COMO OCORRE A REGENERAÇÃO?

Tem lesão → celulas de defesa migram para o local para eliminarem o agente agressor → libera mediadores químicos para ativar a proliferação de células do mesmo tecido.

Comum em orgãos com células lábeis e estáveis. É a organização tecidual com substituição das células mortas ou lesadas por novas células identicas às originais.


COMO OCORRE A CICATRIZAÇÃO?

Tem lesão → células de defesa migram para o local para eliminarem o agente agressor → as células de defesa liberam mediadores químicos que vão atrair fibroblastos e vasos sanguíneos → o edema sai do local → as células de defesa morrem → é depositado muito colágeno no local → tecido conjuntivo é depositado.

Componentes principais do tecido conjuntivo: fibroblastos que produzem o colágeno e também tem vasos sanguíneos. Os tres formam o tecido conjuntivo.


Fases do processo de cicatrização:

Resposta inflamatória: lesão → células inflamatórias → mediadores químicos → tecido conjuntivo.

Tecido conjuntivo frouxo: muitos vasos sanguíneos e fibroblastos. É o tecido que é depositado no início da reposição de cicatrização.


Primeira fase: inflamação
Segunda fase: crescimento do tecido conjuntivo frouxo ou de granulação
Terceira fase: maturação da cicatrização


A cicatrização pode ocorrer de duas maneiras:

Primeira intenção:
As bordas da ferida é pequena, fica próxima uma da outra. É mais rápido, de 3 a 7 dias já é depositado do tecido de granulação.

Segunda intenção:
A ferida é bem mais aberta. A perda de tecido é grande, a resposta inflamatória é grande. O
repuxamento da cicatriz é maior. A cicatriz vai contrair.






EXERCICIOS

CASO 2
TROMPAS – TUBA UTERINA – INFLAMAÇÃO


1 – Quais fenômenos da resposta inflamatória ocorreram desde o início da inflamação até sua resolução? Descreva-os.

a) Fenomenos irritativos → devido a presença da bactéria ou do agente agressor no tecido ocorre a liberação de mediadores químicos que vão desencadear os próximos fenomenos da resposta.

b) Fenomenos vasculares → ativação dos vasos sanguíneos: vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo arterial (H.A.P.), diminui a velocidade do fluxo, aumenta a permeabilidade do vaso.

c) Fenomenos exsudativos → os leucócitos passam da corrente axial do vaso para a corrente marginal, se aderem células endoteliais e realizam a diapedese, junto com as células ocorre a saída de líquido rico em proteínas, aumenta a pressão coloidosmótica no tecido causando o acúmulo de líquido = EDEMA (exsudato).

d) Fenomenos necrotizantes → ocorre a necrose das células do tecido gerando o pus.
Morte por necrose até aqui!!!!!!

e) Fenomenos reparativos → os leucócitos liberam mediadores químicos para induzir a proliferação de um novo tecido sadio no local. O edema é reabsorvido pelos vasos linfáticos os leucócitos morrem por apoptose ou retornam para a corrente sanguínea..
OBS: nos fenomenos reparativos a morte dos leucócitos é por apoptose porque se for por necrose a inflamação continuaria.



2 - Defina os termos edema, transudato e exudato.
Edema: saída de líquidos dos vasos acumulando nos tecidos ou em cavidades.
Exsudato: quando o líquido que extravasa é rico em proteínas
Transudato: quando o líquido que extravasa é pobre em proteínas



3 - Descreva as fases da fagocitose realizada pelos fagócitos quando chegam ao local.
1 – Reconhecer o agente agressor: através da liberação do agente agressor de mediadores químicos quimiotáticos;
2 – Captura do agente agressor: se adere ao agente agressor, emite pseudópodes e forma o vacúolo fagocitário;
3 – Destruir o agente agressor: liberação de substâncias como enzimas lisossomicas, radicais livres de oxigênio, água oxigenada, hipoclorito dentro do vacúolo para destruir o agente agressor.



4 – Compare inflamação aguda e crônica

Aguda:
Dura Horas e semanas
As células são PMN - neutrófilos
Os fenômenos são vasculares e exsudativos
E tem como objetivo eliminar o agente agressor

Cronica:
Dura mais de 3 meses
As células são MN - macrófagos, linfócitos e plasmócitos
Os fenômenos são produtivos reparativos
E tem como objetivo minimizar ou neutralizar os danos causados pelo agente agressor

OBS: sobre os fenômenos da inflamação aguda lembrar que quando se queima por ex. A regiao fica avermelhada e dá bolha (fenômenos vasculares e exsudativos).





CASO DA MÃO DA AULA 11

1 - Nesta mão ocorreu uma infecção por Staphylococos que resultou em uma inflamação. Qual a classificação dessa inflamação de acordo com a morfologia do local. Justifique.

R – Inflamação aguda exsudativa purulenta porque:
- observa-se o local avermelhado e inchado (fenomenos vasculares e exsudativos) o que caracteriza a resposta como sendo aguda.
- Observa-se a formação de uma pustula (vesícula contendo pus) caracterizando a saída (exsudação) da substância no local.



2 – Descreva a sequencia de fenômenos hemodinamicos e celulares desta inflamação aguda causada pela bactéria.

Fenômenos hemodinamicos (relacionados ao fluxo sanguíneo):
- ocorre vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo arterial (H.A.P.), diminui a velocidade do fluxo, aumenta a permeabilidade do vaso. As células passam para a corrente marginal.

Fenômenos celulares:
- os leucócitos se aderem às células endoteliais dentro do vaso, rolam sobre elas e realizam a diapedese, ao chegar no tecido lesado migram em direção ao agente agressor atraídos por substâncias quimiotáticas, destroem o agente agressor e liberam mediadores químicos para induzir a proliferação de um tecido sadio no local.




CASO 3 - DO FÍGADO COM SIRROSE

Um paciente alcóolatra crônico, há mais de dez anos, desenvolveu esteatose hepática devido ao álcool e esta evoluiu para necrose dos hepatócitos.

1 – Neste local ocorreu uma resposta inflamatória, qual é a etiologia? Classifique-a.
Necrose que foi causada pelo consumo de álcool.


2 – Classifique a necrose inflamatória.
Inflamação crônica proliferativa esclerosante (porque é tecido conjuntivo).


3 – Descreva os fenômenos inflamatórios que ocorreram até a resolução da inflamação.
Devido a necrose dos hepatócitos no tecido ocorre a liberação de mediadores químicos que irão desencadear os próximos fenômenos da respsota;

a) Fenomenos irritativos → devido a presença da bactéria ou do agente agressor no tecido ocorre a liberação de mediadores químicos que vão desencadear os próximos fenomenos da resposta.

b) Fenomenos vasculares → ativação dos vasos sanguíneos: vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo arterial (H.A.P.), diminui a velocidade do fluxo, aumenta a permeabilidade do vaso.

c) Fenomenos exsudativos → os leucócitos passam da corrente axial do vaso para a corrente marginal, se aderem células endoteliais e realizam a diapedese, junto com as células ocorre a saída de líquido rico em proteínas, aumenta a pressão coloidosmótica no tecido causando o acúmulo de líquido = EDEMA (exsudato).

d) Fenomenos necrotizantes → ocorre a necrose das células do tecido.

e) Fenomenos reparativos → os leucócitos liberam mediadores químicos para induzir a proliferação de um tecido conjuntivo no local enquanto a resposta inflamatória continua.


4 – Descreva as fases do reparo tecidual.
- Resposta inflamatória: ocorre a migração de leucócitos para o local lesado para combater o agente agressor e liberar mediadores químicos para induzir a proliferação de um tecido sadio.
- Deposição de tecido conjuntivo: ocorre a proliferação de fibroblastos que sintetizam matriz extracelular (MEC), e também das células endoteliais formando vasos sanguíneos no tecido = formou-se um tecido conjuntivo frouxo chamado de tecido de granulação.
- Maturação da cicatriz: ocorre o aumento da deposição de colágeno no tecido conjuntivo frouxo tornando-o um tecido conjuntivo fibroso que irá formar uma CICATRIZ acelular, pois o colágeno estrangula os vasos sanguíneos causando sua inolução.




CASO DO BRAÇO

Braço apresentando uma área de cicatrização de ferida causada por uma incisão cirúrgica.

1 - Descreva o processo de feridas. Diferencie cicatrização por primeira intenção de cicatrização por segunda intenção. O que é tecido de granulação? Uma úlcera cicatriza por primeira ou segunda intenção? Justifique sua resposta.

A)
Primeira intenção:
A ferida tem bordas lineares
Tecido pouco danificado
Menor resposta inflamatória
Menor deposição de tecido de granulação
Menor tempo de resolução
Menor formação de cicatriz

Segunda intenção
As bordas das feridas são maiores, são tortuosas
Tecido muito necrosado
Maior resposta inflamatórias
Maior formação do tecido de granulação
Maior tempo de resolução
Maior formação de uma cicatriz



B)Descreva as fases da cicatrização

- Resposta inflamatória: ocorre a migração de leucócitos para o local lesado para combater o agente agressor e liberar mediadores químicos para induzir a proliferação de um tecido sadio.
- Deposição de tecido conjuntivo: ocorre a proliferação de fibroblastos que sintetizam matriz extracelular (MEC), e também das células endoteliais formando vasos sanguíneos no tecido = formou-se um tecido conjuntivo frouxo chamado de tecido de granulação.
- Maturação da cicatriz: ocorre o aumento da deposição de colágeno no tecido conjuntivo frouxo tornando-o um tecido conjuntivo fibroso que irá formar uma CICATRIZ acelular, pois o colágeno estrangula os vasos sanguíneos causando sua inolução.


C) O que é um tecido de granulação?

É um tecido de conjuntivo frouxo que é formado no início do processo de cicatrização.


D) Uma úlcera cicatriza por primeira ou segunda intenção? Justifique sua resposta.

É a segunda intenção. Porque as bordas estão maiores, tecido muito necrosado, maior resposta inflamatória, maior tempo de resolução … (colocar as características da segunda intenção).




CASO 1 – DENGUE HEMORRÁGICA

Paciente com dengue entra em choque:


1 – Mecanismo de formação do choque no caso da dengue (patogenia)
Devido as hemorragias, diarréias e vômitos, o paciente perde muito líquidos → causa diminuição de líquido (volemia - volume de sangue circulante) → causa hipoperfusão tecidual generalizada (baixa da chegada de oxigênio) → hipóxia → necrose nos tecidos → gera mais resposta inflamatória → vasodilatação, edema → diminui ainda mais a volemia.


Qual é o tipo de choque?
Choque HIPOVOLEMICO (por perda de líquido).



CASO 2 - Um paciente apresentando infarto do miocárdio causado por uma obstrução da artéria coronária esquerda, devido a um trombo, pode entrar em estado de choque.

1 – Descreva a etiologia e a patogenia do infarto neste caso. Classifique o tipo de infarto.
Etiologia: trombo
Patogenia: devido ao trombo, houve obstrução da artéria coronária, dificultando a passagem do fluxo sanguíneo, Desta forma, diminui a chega de O2 e nutrientes, levando a uma isquemia. O infarto do tipo branco ou isquêmico.

2 – Classifique o tipo de choque e descreva a patogenia.
Choque cardiogênico
Patogenia: devido a isquemia, pela diminuição do fluxo sanguíneo houve a falência do órgão, consequentemente houve diminuição do volume sanguíneo circulante (volemia generalizada), diminuição da perfusão sanguínea, levando ao quadro de hipoxia ou anóxia, o que leva a degeneração ou necrose. Levando também a liberação de mediadores químicos (histamina) que promove a vasodilatação diminuindo a volemia.