quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quarto Período (Parasitologia - Parte I)


Ambiente, Saúde e os Parasitas

Sergio Ferreira Ribeiro
sergioich@yahoo.com.br

Livros: Parasitologia humana geral e médica.

Parasitologia humana. David Pereira Neves. 11 ed ou 10 ed.

Parasitologia. Rey. 4 ed ou 3 ed.

Atlas de parasitologia


Doenças causadas por protozoários:
- protozoários causam protozooses
- protozoários é diferente de bactérias, que é diferente de fungos e bem diferente de vírus.



LEISHMANIOSES

Os sintomas são clinicamente diferentes:
- Tegumentar Americana: pele, revestimento, cartilagem
- Visceral Americana: órgãos linfóides. Pode matar.


* Gênero:
Leishmania: protozoário que causa a Leishmaniose.

Agentes etiológicos: agente causador.

Protozoários são células eucariontes.

Leishmania é parasita: precisa de um parasita.

São de duas formas:
- amastigotas: contém núcleo e cinetoplasto
- promastigotas: contém núcleo, cinetoplasto e flagelo

Se multiplicam dentro de células fagocitáveis

Mastigotas: dentro das células fagocitáveis ou macrófagos de cão e homem.

Promastigotas: no intestino do vetor ou flebótomo (mosquito palha - Lutzomyia sp.). É um mosquito peludo, metade de um pernilongo.
Hematofagia: sugando o sangue (é sempre a fêmea). Sempre ela que transmite. Probóscide (aparelho picador).
Leishmania chagasi: é a única que causa nas américas a Leishmania visceral.
Leishmania sp.: demais
Leitzomyia longipalpis: é o vetor que transmite a Leishmania chagasi.

Hospedeiros ou Reservatórios:
- os portadores: estão infectados
Silvestres: gambá, preguiça, raposa, roedores, tamanduá, tatu.
Rural: passa de Silvestre para Rural
Urbana: cão e homem


* Ciclo Biológico das Leishmania:
Ciclo de vida do protozoário

Promastigotas metacíclicas ou infectantes: é quando a Leishmania passa para as glândulas salivares do mosquito. Quando ele pica passa os promastigotas metacíclicas --> os macrófagos e outros vão para o local para fagocitar e então as promastigotas metacíclicas se transformam em amastigotas e o ciclo começa novamente.

Acontece em 88 países englobando as Américas, África e uma pequena parte da Europa.


* Sinais e Sintomas:
No ser humano é tratável e curável. No cachorro é tratável mas não é curável.


* Leishmaniose tegumentar:
L.T. cutânea
L.T. difusa
L.T. muco-cutânea

Cutânea: úlcera (ferida aberta), apenas uma, no local e indolor. Normalmente as características são essas.
Difusa: nódulos (caroços) espalhados pelo corpo.
Muco-cutânea: destruição de pele e mucosa e as vezes cartilagem, principalmente na região nasal e bucal.

* Leishmaniose visceral:
Os principais órgãos colonizados pela L. chagasi ou visceral são: baço, fígado, linfonodos e medula óssea.

* Sintomas:
- febre, emagrecimento, esplenomegalia (aumento do volume do baço), hepatomegalia (aumento do volume do fígado), anemia, leucopenia (diminuição do número de leucócitos - ou seja, diminuição da imunidade), plaquetopenia ou trombopenia (diminuição das plaquetas) e difuculta a coagulação.

Existem vacinas humanas terapêuticas.

* Laboratório:
- Sorológico: é para tentar encontrar anticorpos para Leishmania, é para saber se a pessoa está produzindo anticorpos para a Leishmania.
- Parasitológico: ver o parasito, fazendo biópsia da lesão. É preferível fazer a biopsia da borda da lesão onde se encontra mais amastigotas.
- Parasitológico visceral: corta um pedacinho do baço, fígado, medula óssea para análise laboratorial.
- Teste de Montenegro: injetar antígeno de paraisto/amastigotas mortos, para teste, para saber se teve ou se tem, mas não quer dizer que foi curado.

* Tratamento:
Antimonial Pentavalente/glucantime: é feito intramuscular. Mas existe pessoas que não podem tomar, ou que não teve efeito.
- Anfotericina B;
- Pentamidina

Os cardíacos e renais não devem usar ou então usar com acompanhamento e cautela.

* Profilaxia (prevenção):
- evitar desmatar;
- evitar construir próximo de mata;
- usar repelentes;
- usar portas e janelas com telas protetoras;
- usar agasalhos;
- evitar sair na mata no horário crepuscular: fim de tarde e início da noite;
- sacrificar cães soropositivos;
- borrifar inceticidas;
- educação sanitária, ambiental e para saúde;
- tratamento dos indivíduos humanos infectados.



DOENÇA DE CHAGAS

Chagas - Tripanossomíase Americana

Protozoário
Vetor: Barbeiro
Gênero: Trypanosoma cruzi (muda de forma).

Amastigota (se multiplica no intestino do vertebrado, principalmente tecido muscular liso, esquelético, cardíaco, muscular e nervoso.
Tripomastigota (se encontra no sangue fora das células dos vertebrados.
Epimastigotas (no intestino do vetor barbeiro invertebrado).

As amastigotas no músculo, chama-se ninho de amastigotas.

A doença de chagas é incurável, muito raramente que se consegue curar.

Trypanossoma cruzi: é da mesma família da Leshmania.

O vetor é o barbeiro hematófago, conhecido como Triatomíneos. Ele é de cores variáveis. São 3 gêneros de barbeiros:
- Triatoma injestans (era o principal vetor de chagas no Brasil)
- Rhodnius prolixus
- Pantrogylis megistus

Em 2006, o Brasil recebeu um certificado em eliminação de injestam em domicílios. Casas com parede de barro com frestas dá babeiros. Esse inseto tem hábitos noturnos.

Transfusão sanguinea transmite chagas, via oral; e outros triatoma.

Prevalência de chagas existe cerca de 18 milhões de casos
Inscidência: número de casos novos.

Os barbeiros hematôfagos, tanto o macho como a fêmea e as ninfas (barbeiros jovens) todos transmitem chagas.

- Probóscide (aparelho picador do barbeiro).

Os barbeiros não transmitem a doença pela saliva mas sim pelos dejetos do vetor, se caso ele deixar na pele da pessoa que tiver contato. Esses dejetos podem contaminar o local da picada, mas não foi pela picada. Eles possuem anestésicos na saliva, por isso na hora a pessoa não sente nada, somente depois que ela vai embora. Os dejetos é capaz de penetrar a mucosa.

Existem 3 formas de infecção (transmissão de chagas)
- Congênita
- Transfusão sanguínea
- Vetorial (barbeiro)

A congênita e a transfusão sanguínea tem importância maior nos grandes centros.

A doença de chagas também tem origem silvestres (gambás, tatus, roedores e macacos).

A doença de chagas e latina americana é do Brasil; mas na Africa existe Tripiasomia Africana (doença do sono)

Mas a doença de chagas americana é levada por pessoas contaminadas que ficam viajando de um lado para o outro e transmitida por transfusão de sangue.

* Ciclo heterogênico (o parasito precisa passar pelo vertebrado e invertebrado).

Lombriga: é monoxênico é de homem para homem

Quando o barbeiro deixa os dejetos a forma do Trypanosoma cruzi é chamada de metacíclicas;

* Quando os metacíclicos entram na célula, se transformam em amastigotas e depois tripomastigotas (no sangue).

* Tripomastigota sanguíneo (vertebrado)

* O barbeiro suga o sangue e entra como tripomastigota sanguínea --> dentro do intestino do barbeiro vira epimastigotas --> ao chegar no reto (dejetos) viram tripomastigotas metacíclicas.


Transmissão coito (relação sexual) não foi comprovado ainda.


* Sintomas paciente com chagas:
- Fase aguda início (normalmente é assintomática - não tem sintomas).

Mas algumas pessoas apresentam sintomas como:
- febre
- edema
- poliadenia (linfonodos inchados, ínguas)
- hepatomegalia
- esplenomegalia
- perturbações neurológicas
- insuficiência cardíaca
- sinal de Romana --> edema bipapebral unilateral (nas pálpebras). Isso é quando a picada é perto do olho ou entrou pela mucosa. Esse sinal é bem característico da doença de chagas
- chagoma de inoculação: é um edema no local da picada.

Em chagas o paciente vai a óbito, pode se curar ou entrar na fase crônica.

Na fase crônica é assintomático.
Sintomas: sorologia e exames parasitológicos der positivo (mas não sente nada)
- sem sinais e sintomas
- Ecg normal
- coração, esofago e colon normais (raio x)

Fase crônica sintomática
- pessoas começam a desenvolver problemas cardíacos ou no esôfago ou cólon;
- Cardíaca é mais comum (chama cardiomegalia) e pode levar a insuficiência cardíaca;
- Esôfago é megaesôfago (fica aumentado);
- Megacólon: o intestino aumenta de volume.


* Exames para detectar:
Sorológico (2 formas):
- Eliza
- Rifi: reação de imunofluorescência indireta (para detectar anticorpos).

Parasitológico:
É para detectar parasitas. É colhido sangue, procura a tripomastigotas sanguíneas (mas precisa estar em fase aguda) pois a parasitemia é elevada, que é a quantidade de parasitas no sangue.

Na fase crônica a parasitemia é diminuída. E nesta fase precisa fazer cultura de sangue, ou xenodiagnóstico, é feito com ninfas de barbeiros vivos, e coloca em contato com o paciente. Esse barbeiro é criado em laboratório sem infecção, e se caso depois de 3 dias aparecer na pele é porque o paciente está infectado (veio dele).


* Tratamento:
Binzonidazol - efeito contra as formas sanguíneas. Usa-se na fase aguda.
Na crônica é usado mas não terá cura parasitológica.


* Formas de prolifaxia (prevenção):
- educação sanitária e ambiental;
- melhoria das habitações rurais;
- combate ao vetor;
- controle do doador de sangue.



 
MALARIA

Mata mais do que todas que foram estudada até agora.

Ar sujo e contaminado, pois pensavam que era por inalação, mas ocorre devido a picada de um mosquito. Anopheles (mosquito prego).

90% dos casos acontece na África, os outros 10% ocorre nas Américas, Ásia.

No Brasil tem mais na região da Amazônia, principalmente na região Norte.

  • 300 a 500 milhões de casos/ano
  • mais de 1 milhão de mortes/ano
  • amazônia: 500 mil casos/ano


O AGENTE ETIOLÓGICO (causador)

Protozoário chamado Plasmodium

Filo: Api (PEGAR NO PPT)

Existem 150 espécies


Quatro espécies de Plasmodium infectam os seres humanos:

  • Plasmodium ovale (somente ocorre na África)
  • Plasmodium malariae
  • Plasmodium vivax (mais frequente no Brasil)
  • Plasmodium falciparum (é responsável pelas formas graves da doença e pelas mortes, mas não quer dizer que o infectado vai morrer)


VETOR DA MALARIA (transmissor)

Mosquito prego (nome popular)
Anopheles (nome científico)

Gênero Anopheles:
  • 400 espécies descritas
  • 80 podem transmitir a doença ao homem
Da mesma família do Aedes (dengue).

Principal espécie no Brasil:
  • A. Darlingi


Somente as fêmeas realizam hematofagia.

EPIDEMIOLOGIA

Os reservatórios são os homens: homem – mosquito – homem

África, América (Central e do Sul), Ásia e algumas ilhas: em países tropicais. Áreas endêmicas.

90% dos casos ocorrem na África.


CICLO BIOLÓGICO

Oocisto → Esporozoítos → Trofozoítos → Esquizonte → Merozoítos (retorna para Trofozoítos) → Gametócitos (Masc. Fem.) → Gametas → Esporozoítos.

Oocisto e esporozoítos (vetor)

Trofozoítos, Esquizonte, Merozoítos (homem)


Quando o mosquito pica o humano ele deixa no humano o plasmodium (parasita) na forma de esporozoítos. Aí os esporozoítos ficam na corrente sanguínea e quando chegam no fígado invadem os hepatócitos. Dentro dos hepatócitos ele se transforma (deixa de ter uma forma alongada para ter a forma de uma anelzinho), se transformando em um trofozoítos. O trofozoítos que está dentro do hepatócito, começa a passar por uma reprodução onde o núcleo dele começa a se multiplicar se transformando então em um esquizonte. Cada núcleo do esquizonte vai virar um novo parasita na forma de merozoítos. Os hepatócitos se rompem depois que fica cheio de merozoítos. Os merozoítos então caem na corrente sanguínea, então entram nas hemácias e viram então novamente trofozoítos e depois esquizontes e depois novos merozoítos e aí a hemácia arrebenta (é um ciclo). O merozoítos também pode se transformar em gametócitos. Ele segue duas vias (ou volta para o trofozoítos ou vira gametócitos.

Faz de conta que essa pessoa que está no ciclo sanguíneo seja sugado por outro mosquito prego sadio, se ele sugar um gametócito ficará contaminado (o mosquito), pois, dentro do mosquito os gametócitos viram gametas que irão se fecundar e virar um zigoto, o zigoto se fixa no intestino do mosquito e se transforma em oocisto, o oocisto começa a produzir centenas de esporozoítos. O oocisto tem que se romper, libera os esporozoítos e então eles migram até a glândula salivar desse mosquito deixando-o pronto para transmitir essa doença.

O plasmodium tem um ciclo sanguíneo... o hepático é inicial e depois fica no sangue. A malária é um ciclo sanguíneo.

Existe merozoítos que viram gametócitos masculinos e merozoítos que viram gametócitos femininos.


A DOENÇA: QUADRO CLÍNICO

  • É uma doença febril aguda;
  • Se divide em não complicada e complicada.


Malária não complicada (todos os 4 tipos pode causar)
  • acessos maláricos (febre alta, calafrios, sudorese profunda). Depois de muitas horas sofrendo o paciente tem uma aparente melhora... aí depois de 2 ou 3 dias ele tem os acessos maláricos novamente. Esses acessos acontecem a cada 48 horas ou a cada 72 horas (depende do plasmodium e também do hospedeiro).
  • debilidade física
  • náuseas
  • vômitos
  • palidez
  • dor de cabeça, dor no corpo, dor muscular
  • baço palpável
  • anemia
  • Esplenomegalia Tropical


Malária grave e complicada: Plasmodium falciparum
  • hipoglicemia
  • convulsões
  • hiperpirexia (febre muito alta)
  • vômitos
  • icterícia
  • distúrbios da consciência
  • malária cerebral (causa de morte)
  • insuficiência renal aguda (causa de morte)
  • edema pulmonar agudo (causa de morte)



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