Introdução ao Estudo de Patologia
Patologia é a ciência que estuda (gr. "logos") as doenças sofrimento (gr. "pathos).
Ciências Básicas --> Prática clínica
Explicar causas e motivos dos sinais e sintomas.
Técnicas: Moleculares, Microbiológicas, Imunológicas e Morfológicas.
Patologia Especial estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, as características macro e microscópicas e as consequencias destas sobre o organismo.
Patologia estuda as lesões decorrentes das doenças.
Compreensão dos mecanismos de formação das doenças é a base para a boa prática clínica, potenciando diagnósticos e indicando terapêuticas.
Saúde é o estado de perfeita adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social.
O que é doença? Estado de falta de adaptação. É uma alteração orgânica geralmente constatada a um órgão ou tecido, decorrentes de alterações bioquímicas e morfológicas causadas por alguma agressão.
Causa --> Mecanismo de ação --> Produzem alterações morfológica/moleculares nos tecidos --> Resultam em alterações funcionais --> Produzindo sintomas
A patologia pode ser subclassificada em:
1 - Etiologia: parte da patologia que estuda as causas das lesões;
2 - Patogenia: parte da patologia que estuda o mecanismo de formação das lesões;
3 - Morfopatologia: que se subdivide em:
* Anatomia patológica: parte da patologia que estuda as características macroscópicas das lesões;
* Histopatologia: parte da patologia que estuda as características microscópicas das lesões;
4 - Fisiopatologia: parte da patologia que se dedica ao estuda das alterações das funções de órgãos lesados.
A capacidade de entender a doença depende do nível de resolução no qual as informações são captadas:
- Comprometimento causado pela agressão: molecular, celular e subcelular, tissular e celular, orgânico e tissular, sistêmico e orgânico.
- Nível de resolução: bioquímico, ultraestrutural, histopatológico, anátomo patológico, clínico.
- Constatação por: técnicas moleculares, microscopia eletrônica, microscopia óptica, olho nu, sintomas.
REAÇÕES AS AGRESSÕES
AGRESSÃO --> DEFESA --> ADAPTAÇÃO E LESÃO
LESÃO -----------------------> AGRESSÃO
Lesão: conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após as agressões.
CAUSAS DAS LESÕES CELULARES
* Ausência de oxigênio: Isquemia # Hipóxia;
* Agentes físicos: trauma mecânico, temperaturas abaixas ou acima, radiação, choque;
* Agentes químicos e drogas: glicose/sal elevados, venenos, CO, alcool, narcóticos;
* Agentes infecciosos: vírus, bactérias, protozoários, fungos e etc.;
* Reações imunológicas: auto-imune;
* Distúrbios genéticos: anormalidades cromossomicas, falta de enzimas e etc.;
* Desequilíbrios nutricionais: deficiências protéico-calóricas, de vitaminas ou excessos.
O alvo dos agentes agressores são as moléculas
Degenerações e Infiltrações (doenças celulares)
Quando acumulam substâncias são reversíveis?
- H2O e eletrólitos (degeneração hidrópica)
- Glicogênio (degeneração glicogênica ou infiltração glicogênica)
- Gordura - triglicérides (osteatose)
- Proteínas (hialina intracelular)
SISTEMAS CELULARES MAIS VULNERÁVEIS À AGRESSÕES:
Membrana celular: alterações na permeabilidade de membrana e na pressão osmótica;
Respiração aeróbica: ATP e pH baixos, Ca+ elevado, ativação de enzimas líticas;
Síntese de enzimas e proteínas: hipobiose e metabolismo baixo, baixo potencial de elevação;
Integridade genética: Síntese de RNA baixa, enzimas e proteínas.
MECANISMOS DE AÇÃO DOS AGENTES AGRESSIVOS CELULARES
1) Diminuição de O2
- Hipóxia e Anóxia
Causas:
Obstrução vascular: diminuição do fluxo sanguíneo (isquemia) e diminuição da glicose;
Insuficiência cardio-respiratória: diminuição da oxigenação do sangue;
Diminuição da capacidade de carregar oxigênio no sangue: intoxicação com CO, anemia;
Parada do fluxo sanguíneo: isquemia / anóxia
Diminuição de O2 = modificações metabólicas progressivas.
ATP - Transporte pela Membrana; Síntese protéica, lipogênese.
Isquemia --> Mitocôndria --> Diminuição da fosforilação oxidativa --> Diminuição do ATP:
1) Diminuição do ATP --> Diminui bomba de Na --> Aumenta o influxo de Ca++, H2O e Na+ --> Aumenta Efluxo de K+ --> Edema do retículo endoplasmático, Edema celular, perda de microvilosidades, formação de bolhas
2) Diminuição do ATP --> Aumento da glicólise anaeróbica:
Aumento da glicólise anaeróbica --> Diminui o glicogênio
Aumento da glicólise anaeróbica --> Diminui o pH --> Condensação
da cromatina nuclear
3) Outros efeitos --> Ribossomos se soltam, etc. --> Diminui síntese de proteínas --> Decomposição de lipídios.
RESPIRAÇÃO CELULAR
(procurar figura)
DANO MITOCONDRIAL
Formação de um canal na membrana da mitocôndria, perda de prótons, diminuição da respiração celular.
FLUXO INTRACELULAR DE CÁLCIO
ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO
O2 é reativo com qualquer molécula (lipídios, proteínas, ácidos nucléicos --> lesão a célula)
DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA
Desequilíbrio osmótico, perda de proteínas, enzimas, ácidos nucléicos, ATP.
Estímulo Nocivo leva à:
1) Diminuição de ATP --> perda das funções celulares dependentes de energia
2) Dano a membrana:
- Mitocôndria --> morte celular e leva também a diminuição de ATP
- Lisossomo --> digestão enzimática dos componentes celulares
- Membrana plasmática --> perda do conteúdo celular
3) Acúmulo de Ca2+ intracelular --> proteólise (dano ao DNA)
4) Espécies reativas de oxigênio --- O2, H2O2, OH+ ---> proteólise (dano ao DNA)
AGRESSÃO
- Lesões celulares
- Alterações do intersticio
- Distúrbios da circulação
- Inflamação
Infarto cardíaco: o "ataque do coração"
O infarto cardíaco é a principal causa de morte no mundo ocidental apesar dos avanços em seu tratamento. Atualmente apresenta uma taxa de mortalidade em torno de 8 a 10%.
É importante o seu rápido reconhecimento para que possa ser efeturado o tratamento apropriado e redução do risco de morte e sequelas.
O infarto representa a morte de uma porção do músculo cardíaco (miocárdio), por falta de oxigênio e irrigação sanguinea. A oxigenação necessária ao funcionamento do coração ocorre por um conjunto de vasos sanguíneos, as chamadas artérias coronárias. Quando uma dessas coronárias obstrui, impede o suprimento de sangue e oxigênio ao músculo, resultando em um processo de destruição irreversível, podendo levar a parada cardíaca (morte súbita), morte tardia ou insuficiência cardíaca com graves limitações de atividade física.
Existem algumas causas que levam a obstrução das artérias coronárias, sendo a principal delas a aterosclerose - acúmulo de gordura na parede das artérias, formando verdadeiras placas, as quais podem ir a obstruir o vaso e impedir o fluxo de sangue a partir daquele local.
O infarto do miocárdio pode também acontecer em pessoas que tem as artérias coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam um espasmo contraindo-se violentamente e também produzindo um déficit parcial ou total de oferecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído.
Fatores de risco: condições ou hábitos que agridem o coração ou as artérias, dentro os quais estão a hipertensão arterial, as dislipidemias (altos níveis de colesterol LDL e triglicérides), o tabagismo, o diabetes, o estresse, o sedentarismo, a obesidade, a alimentação gordurosa e a hereditariedade (história da mesma doença em outros membros da família), entre outros. Cerca de 40 a 60% dos pacientes do infarto do miocárdio apresentam hipertensão arterial associada.
Sintomas e diagnóstico:
O infarto se apresenta de forma abrupta, e o maior sintoma é a dor. A sensação de "aperto" localizada no peito, a altura do coração. É uma dor tão intensa que provoca suores frios, náuseas, vômitos e vertigens, ela costuma se irradiar para os ombros e braços (geralmente o esquerdo), para a mandíbula e para as costas. A duração da dor em geral é maior que 20 minutos e não alivia com o repouso nem com o uso de comprimidos sublingual.
O diagnóstico do infarto é realizado através dos sintomas e dos exames: eletrocardiograma e dosagem, no sangue, de enzimas resultantes da destruição de células cardíacas. O ecocardiograma também pode ser útil para o diagnóstico, principalmente nos casos duvidosos.
O tratamento imediato do infarto do miocárdio tem como objetivo reduzir a lesão do tecido afetado e evitar complicações fatais.
Quando o tratamento é instituído logo após o infartoo, acredita-se que se possa reduzir drasticamente a lesão do músculo do coração. A preservação do tecido do miocárdio é obtida pelo alívio da dor, repouso e medicamentos para reduzir o trabalho cardíaco e restauração do fluxo sanguíneo através da administração de agentes trombolíticos para dissolver possíveis trombos ou através da angioplastia.
Depois que a pessoa sofre o infarto é preciso avaliar o prejuízo, saber qual a extensão do miocárdio que foi atingida pela necrose (morte do tecido) e qual coronária está entupida. Para isso são utilizados o ecocardiograma, teste ergométrico e a cineangiocoronariografia.
O reestabelecimento do fluxo sanguíneo na coronária acometida pode ser alcançado através de cirurgia ou angioplastia. Nas cirurgias são feitas pontes de veia safena ou mamária para criar uma via alternativa de passagem do sangue para irrigar o miocárdio. Na angioplastia é introduzido um balão apropriado dentro da artéria para esmagar a placa ateromatosa que está entupindo a artéria.
Copyright 2005 Bibliomed, Inc. 23 de junho de 2005
Exercício:
Identifique sobre o Infarto:
1 - Etiologia
Diminuição do fluxo sanguíneo causado pelas placas de ateromas.
2 - Patologia
Devido ao acúmulo de gordura na parede dos vasos (ATEROSCLEROSE) ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo levando à hipóxia (diminuição do O2) para as células da área do coração irrigadas por este vaso. Com a diminuição do O2, irá diminuir a função da mitocôndria. Diminui a síntese de ATP:
* diminui a função REL, diminui a síntese de fosfolipídeos --> a membrana celular enfraquece permitindo a entrada de substâncias como o H2O que acaba rompendo a MP.
* diminui a função da bomba de Na/K, ocorre a retenção de sódio dentro da célula, o que induz o influxo de H2O até a ruptura da MP.
* respiração anaeróbica, glicose --> ac. lático, diminui o pH da célula, a cromatina condensa levando a diminuição da síntese de proteínas, o que enfraquece a membrana causando sua ruptura.
* diminui a bomba de Ca, o Ca acumula no citoplasma, e ativa enzimas líticas como fosfolipase que acaba degradando a MP causando a lise celular.
3 - Alterações microscópicas
Primeira imagem: normal
Segunda imagem: ausência de núcleo, coloração mais rósea devido a diminuição do pH
Terceira imagem: células inflamatórias chegando ao local morto
Quarta imagem: tecido de cicatrização no local das células mortas. Tecido de cicatrização = tecido conjuntivo.
4 - Alterações macroscópicas
Observa-se aumento de volume e peso do coração, superfície de corte demonstrando morte celular com coloração acinzentada clara. Coloração mais escura.
5 - Fisiopatologia do coração
Devido a morte celular do tecido do coração haverá danos irreversíveis que não se regenera prejudicando o bombeamento sanguíneo levando a um problema permanente no coração. O órgão não voltará a exercer as mesmas funções. Diminuição das funções do coração devido a área cicatrizada.
PROCESSOS DEGENERATIVOS E INFILTRATIVOS CELULARES
INTRODUÇÃO: A CÉLULA NORMAL
1) Membrana Citoplasmática
Controla os movimentos de entrada e saída dos fluídos, o gradiente osmótico e iônico, sente os estímulos do meio.
2) Mitocôndria (síntese de ATP e respiração aeróbica)
É o local do metabolismo aeróbico. Principal fonte de energia da célula, produzem radicais livres e armazenam caspases.
3) Retículo Endoplasmático Rugoso: é o centro de produção de proteínas. Possui ribossomos que produzem proteínas para serem exportadas e para o próprio consumo celular.
4) Retículo Endoplasmático Liso: é a central metabólica para a catabolização das substâncias ou formação de novos compostos.
Respiração Celular:
Para síntese de ATP é necessário um substrato (gordura ou glicose) + O2. O substrato é quebrado ou oxidado, vira o AcetilCoa que entra no Ciclo de krebs para quebrar uma molécula grande em pequenas moléculas liberando elétrons e prótons. Os prótons se transformam em ATP e os elétrons entram na cadeia respiratória gerando radical livre, sendo que este é transformado em H2O por uma enzima.
5) Aparelho de Golgi: produz e armazena os produtos de secreção da célula, para posterior exportação destes produtos.
6) Lisossomos: contém enzimas hidrolíticas para a digestão de substâncias celulares indesejáveis. Responsável pelo fenômeno de HETEROFAGIA e AUTOFAGIA da célula.
7) Citoesqueleto: sustenta a MP e as organelas. Locomoção celular, movimento intracelular de organelas, manutenção da forma da célula.
8) Núcleo: contém DNA (material genético) nos grânulos de cromatina, RNA principalmente no nucléolo. Juntos controlam a estrutura e função celular.
A disfunção de algum dos componentes da célula resulta em doença celular.
SISTEMAS CELULARES MAIS VULNERÁVEIS Á AGRESSÕES:
* Membrana Plasmática: alteração da permeabilidade da membrana.
* Respiração aeróbica: Redução do O2 --> Diminuição de ATP e pH, acúmulo de Ca+ = ativação de enzimas líticas. Se diminui o ATP, diminui as funções, inclusive a bomba de cálcio. A bomba de cálcio fica na mitocondria. Se não tem ATP ele sai da mitocôndria e começa a ingerir substâncias.
* Síntese de enzimas e proteínas: hipobiose e diminuição do metabolismo, diminuição do potencial de adaptação.
* Integridade genética: diminuição da síntese de RNA, enzimas e proteínas.
Observação:
A bomba de sódio e potássio é um equilíbrio da água dentro da nossa célula. Equilíbrio hidroeletrolítico e osmótico. A bomba de sódio e potássio é um transporte ativo porque o Sódio está contra o gradiente de concentração porque sai da célula para o meio externo. Para controlar o equilíbrio osmótico da célula depende da bomba de sódio e potássio (Na/K) e membrana plasmática.
REAÇÕES ÀS AGRESSÕES
AGRESSÃO --> DEFESA --> ADAPTAÇÃO E LESÃO (reversível ou morte)
AGRESSÃO --------------------------------------> LESÃO
As causas mais comuns de lesão celular são:
1. Isquemia - falta de oxigenação tissular;
2. Infecções - lesão por agentes vivos (vírus, bactérias ...);
3. Tóxicos - lesão por agentes químicos (álcool, agentes químicos);
4. Trauma/radiação/térmico - lesão por agentes físicos.
MECANISMOS BIOQUÍMICOS GERAIS
* Defeitos da permeabilidade da membrana
* Defeitos na mitocôndria - depleção de ATP
* Radicais livres: peroxida substâncias. Se liga na membrana e altera a forma e função da MP.
* Acúmulo de Ca2+ intracelular e perda de sua homeostase
Uma das manifestações das alterações metabólicas nas células é o acúmulo intracelular de quantidades anormais de várias substâncias.
Lesão --> alteração bioquímica que altera a função e a forma da célula.
Classificação: de acordo com a natureza quuímica da substância que se acumula na célula e/ou interstício lesados:
Distúrbios do metabolismo: hidroeletrolítica celular, glicílico celular, lipídico celular, prolítico celular.
Acúmulo intra celular de: água e eletrólitos, glícides, lípides, prótides.
Designações: degeneração hidrópica, infiltração glicogênica, esteatose e lipoidases, transformação hialina.
DEGENERAÇÕES:
Processo patológico caracterizado por modificações da morfologia da célula, com diminuição de funções.
Injúria Celular Reversível
Sinonímia: degeneração e infiltração;
Conceito: lesões reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas que resultam no acúmulo de substâncias no interior das células.
Degeneração --> ter uma lesão do DNA, ele para de sintetizar a enzima que quebra a glicose e aí a célula fica cheia de glicose. Na degeneração, sofre alguma lesão.
Infiltração --> teve um acúmulo de substâncias no sangue e consequentemente na célula. Lembrar do exemplo do chocolate.
ESQUEMA DIFERENCIAL ENTRE DEGENERAÇÃO E INFILTRAÇÃO
DEGENERAÇÃO
Célula sadia + agressão = lesão --> alterações bioquímicas --> alterações fisiológicas --> menor capacidade de metabolização --> maior acúmulo de metabólitos.
INFILTRAÇÃO
Aporte excessivo de metabólicos-->acúmulo de metabólicos --> lesão
Nomenclatura: acrescentar o sufixo "OSE" ao termo designativo do órgão ou tecido afetado.
PATOGENIA DA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA
A célula acumula água ou seja, acúmulo intracelular de água e eletrólitos, consequencia de desequilíbrios no controle do gradiente osmótico à nível de membrana citoplasmática e nos mecanismos de absorção e eliminação de água e eletrólitos intracelulares.
Ou a MP ou a bomba de sódio e potássio (fica na MP) não está funcionando bem.
O que acontece para diminuir o funcionamento da MP?
- Falta de O2: diminui o ATP e diminui a função da bomba de sódio e potássio que precisa de ATP para o seu funcionamento (acúmulo de sódio e H2O). No caso da MP diminui a síntese de fosfolipídeos e enfraquece a MP. Tem O2 mas há um problema na mitocôndria aí diminui a síntese de ATP e ...
- Radicais livres: muda a estrutura da MP, faz um buraco na MP aumentando a água dentro da célula. Quando tem problema na membrana da mitocôndria pode ser alterada a função da bomba da Ca e k e diminui a síntese de ATP.
Diminuição do funcionamento das bombas eletrolíticas - Equilíbrio hidroeletrolítico.
Causas:
- Hipóxia, inibidores da cadeia respiratória, lesam a membrana mitocôndrial, = diminuição de ATP.
- Hipertermia.
- Infecções bacterianas e virais, intoxicações endógenas (uremia) e exógenas (agrotóxicos, medicamentos) - inibem a ATPase de Na e K.
- Radicais livres (peroxidação de fosfolipídios).
- Agentes físicos (calor e/ou frio).
- Alterações nutricionais, etc.
--> Retenção de Na, redução de k, aumento da pressão osmótica intracelular.
MECANISMOS:
AGENTE LESIVO
Redução de O2 --> Redução da respiração mitocondrial --> Redução da síntese de ATP --> Danos da ATPase
Lesão da Membrana mitocondrial, inibição da cadeia respiratória, agentes tóxicos --> Redução de energia --> Danos da ATPase
Agressão à Membrana Plasmática --> Redução de energia --> Danos na ATPase
Exercício:
O rim afetado por causa da anemia:
1 - Etiologia da degeneração hidrópica
Anemia
2 - Patogenia da degeneração hidrópica
Na anemia ocorre hipóxia para as células, que leva a uma alteração da função da mitocôndria diminuindo a respiração celular aeróbica, diminui a síntese de ATP que irá:
* diminui a síntese de fosfolipídeos para a reciclagem da MP levando ao seu enfraquecimento permitindo a entrada de água em excesso que irá se acumular na célula.
* diminui funcionamento da bomba de Na/K que leva ao acúmulo de sódio (Na) e influxo de H2O para o citoplasma, que acumula.
* respiração anaeróbica, glicose --> ac. lático, diminui o pH da célula, a cromatina condensa levando a diminuição da síntese de proteínas, o que enfraquece a membrana causando entrada e acúmulo de H2O.
* diminui a bomba de Ca, o Ca acumula no citoplasma, e ativa enzimas líticas como fosfolipase que acaba degradando a MP causando a entrada e acúmulo de água.
3 - Alterações microscópicas (histopatologia)
Observa-se o acúmulo de água nas células, deixando-as aumentadas e inchadas nos túbulos, diferente das células renais normais na comparação. Túbulos comprimidos.
4 - Fisiopatologia do rim
A função do rim que é excretar a urina fica prejudicada.
Certos esteróides são inibidores da bomba de sódio e potássio. Um paciente intoxicado com a ouabaína (esteróides) apresenta acúmulo de água nas células hepáticas.
1 - Etiologia
Intoxicação pela ouabaína
2 - Patogenia
A ouabaína causa o mau funcionamento da bomba de Na/K ocorrendo um acúmulo de sódio dentro da célula o que acarreta (induz) um aumento do influxo de água para as células, esta água se acumula no citoplasma.
3 - Microscópicas
Desorganização dos hepatócitos como aumento do volume dessas células, espaços claros no citoplasma que corresponde ao acúmulo de água, compreensão dos capilares sinusóides por essas células estarem aumentadas de volume, núcleos deslocados para a periferia.
4 - Fisiopatologia
Diminuição das funções (metabolização das substâncias) do fígado.
INFILTRAÇÃO GLICOGÊNICA
Acúmulo anormal intracellar de glicogênio, consequencia de desequilíbrios na síntese ou catabolismo do mesmo.
Causas:
Hiperglicemias
Degenerações
Glicogenoses ou doença do armazenamento do glicogênio
Mecanismos:
Diabete mellitus e demais hiperglicemias: diminuição da insulina --> hiperglicemia --> glicosúria --> maior reabsorção tubular de glicose --> aporte excessivo de glicose à célula --> acúmulo de glicogênio.
Glicogenoses: defeito na síntese ou na degradação do glicogênio determinando a forma anormal de glicogenio sintetizada não consegue ser metabolizado e falta uma ou mais enzimas que metabolizem o glicogênio normal.
Excesso de glicose na corrente sanguínea.
Exercício:
Animal tratado com dieta rica em carboidratos. Observa-se o acúmulo de glicogênio no fígado.
1 - Etiologia da infiltração glicogênica neste caso: dieta rica em carboidratos.
2 - Patogenia: devido a consumo excessivo de carboidratos o animal apresenta uma hiperglicemia (aumento da glicose na corrente sanguínea) mas não apresenta um aumento correspondente da quantidade de insulina no organismo, com isto esta glicose em excesso será absorvida pelas células hepáticas e será acumulada na forma de glicogênio.
3 - Microscopicamente: capilares sinusóides comprimidos e hepatócitos desorganizados.
4 - Fisiopatologia do fígado: alteração na função.
ESTEATOSE
Degeneração celular --> acúmulo de triglicérides
Acúmulo anormal reversível de lípides = triglicérides, no citoplasma de células parenquimatosas onde normalmente lípides não seriam armazenados.
Triglicérides são moléculas formadas por uma molécula de glicerol esterificada a três moléculas de ácidos graxos. Os triglicérides são "desmontados" no intestino, absorvidos e depois podem ser novamente montados no fígado e depositados neste ou nas células de gordura, aonde normalmente tem a função primária de servir como reserva de energia.
Já que é o tecido adiposo que armazena o triglicérides, quando ocorre uma lesão nas células do fígado, musculares e rins, elas passam a armazenar triglicérides.
GORDURA:
- Lipídeos
- Colesterol
- Fosfolipídeos (MP)
- Triglicérides: armazenado no tecido adiposo. É um único tipo de gordura que entra na mitocôndria e é quebrado em energia.
Quando se come, quebra o carboidrato para gerar energia e reserva o triglicérides para futuro gasto de energia.
O triglicérides passa pelo citoplasma depois de passar pela síntese no REL, depois é encapsulado e passa pelo REL para se transformar numa proteína (fica encapada por uma proteína) através do Complexo de Golgi para então ir para o fluxo sanguíneo.
REL - sintetiza os ácidos graxos, fosfolipídeos, colesterol e triglicérides.
VLDL -> mais colesterol e mais triglicérides
LDL -> muito mais colesterol do que triglicérides
HDL -> mais proteína
Causas:
- Desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização dos lípides
- Tóxicas e infecciosas: Ag. Puromicina, tetraciclinas, produtos de microorganismos
- Hipóxicas: anemia e insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
- Dietéticas: dieta hipercalórica, desnutrição, etanol.
Causas do acúmulo de triglicérides:
Alimentação exagerada de gordura mas de pouca proteína: as células não conseguem sintetizar os fosfolipídeos apoproteínas necessárias para encapar a quantidade de gordura. Fica faltando proteínas para encapar toda a gordura ingerida e por isso acuma nas células do fígado.
Se falta energia, não consegue sintetizar proteínas, fosfolipídeos suficientes para encapar essa gordura.
Hipóxia --> falta de O2
Hipólise --> quebra muita gordura do tecido adiposo e acumula no fígado e no coração.
Exemplo: tetraciclinas, puromicina, CCl4, Fósforo
puromicina --> desacoplando os ribossomos do RER --> diminui a síntese de apoproteínas --> diminui a síntese de lipoproteínas --> aumenta o acúmulo de triglicérides.
Locais de acúmulo de lípides: túbulos renais, hepatócitos, e fibras do miocárdio - células que normalmente metabolizam muita gordura.
As células intestinais recebem os ácidos graxos, estes são sintetizados no REL. Essa gordura tem que ser encapada no RER. Então ela ganha uma capa de proteína que é exportada através do Complexo de Golgi para a corrente sanguínea e vai para o fígado e tecido adiposo. Essa proteína recebe o nome de Quilomicron --> VLDL
O fígado recebe essa gordura, vai resintetizar novamente essa gordura transfere em fosfolipídeos, triglicérides colesterol. Para ir para o citoplasma essa gordura será encapada por fosfolipídeos (MICELA). Depois disso há o gasto de energia para sintetizar a proteína e fosfolipídeos que será utilizada para encapar a gordura através do RER (APOPROTEINA). Nisso ela virou uma lipoproteína que será exportada pelo C.G. e então é a VLDL (perde triglicérides e ganha mais colesterol) e então vai para o restante das células do corpo.
Depois de VLDL --> IDL --> LDL
Esse LDL é retornado para o fígado.
Cada nome de proteína que está encapando a gordura tem um nome específico que vai depender do tipo de gordura que está carregando.
METABOLISMO LIPÍDICO HEPÁTICO (PROCURAR ALGUMA COISA SOBRE ACIDO GRAXO)
Ex: álcool é quebrado em aldeído acetico + acetilCoA
O aldeído acético lesa o citoesqueleto que é onde faz a transformação dentro da célula.
Já o acetilCoA é metabolizado em ácido graxo. Se falta O2 e o AcetilCoA não entra no Ciclo de Krebs, ele se acumula em ácido graxo, que se transforma em triglicérides.
ETIOPATOGENIA
a. Esteatose miocardíaca
b. Esteatose renal
c. Esteatose hepática:
* deficiência na produção de lipoproteínas;
- por deficiência de fosfolípides e/ou proteínas;
- por deficiência de aminoácidos;
- a falta de alimentação não consegue sintetizar fosfolipídeos e assim não tem como encapar gordura e pode também acumular ácidos graxos.
* por hipóxia, deficiência protéica na dieta, ou por excesso de colesterol e gorduras na dieta. Dá-se o aumento quantitativo de gordura intracelular sem aumento correspondente de fosfolípides e proteínas.
* por aumento da síntese lípidica a partir de acetatos (AcetilCoA) ou pela esterificação dos ácidos graxos em triglicérides.
* excesso de oferta de lípides nas dietas hiperlipemicas ou por mobilização excessiva de lípides do tecido adiposo. O tumor come muito mais rápido do que as demais células. Então, não chega o que é necessário para o fígado. O tecido adiposo libera os triglicérides para a corrente sanguínea e então vai para as células tumorais. O tumor não pega glicose.
ALCOOL x ESTEATOSE
ETANOL
Via 1:
Consome NADPH --> Ciclo de Krebs --> aumento do Acetil CoA --> aumento do ácido graxo --> acúmulo de triglicérides
Via 2:
O Etanol é quebrado em Aldeído acético e Acetil CoA:
*Aldeído Acético --> lesa o citoesqueleto --> aumenta a exportação de lipoproteína --> aumenta o acúmulo de triglicérides.
*Acetil CoA fica em excesso --> aumento do ácido graxo em excesso --> acúmulo de triglicérides
- Bloqueio na utilização de lípides:
* por interferência na conversão de ácidos graxos em fosfolipídeos;
* por bloqueio na utilização e oxidação de lípides por interferência na oxidação de ácidos graxos;
* por bloqueio na união lípide.
ANEMIA, ICC
Via 1
Diminui o O2 (hipoxia) --> diminui a respiração aeróbica --> diminui a síntese de ATP --> diminui a síntese de fosfolipídeos e proteínas --> diminui a síntese de lipoproteína --> acúmulo de triglicérides.
Via 2
Diminui o O2 (hipoxia) --> diminui a respiração aeróbica --> aumenta o AcetilCoA --> aumenta o ácido graxo --> aumenta o triglicérides.
DESNUTRIÇÃO
Via 1
Diminui a síntese de proteínas (apoproteínas) --> diminui a síntese de lipoproteínas (VLDL) --> aumenta o acúmulo de triglicérides.
Via 2
Aumenta a lipólise (tecido adiposo) --> aumento dos ácidos graxos --> aumento do aporte de lipídeos --> diminui fosfolipídeos e proteínas --> aumenta o acúmulo de triglicérides.
Obs: se não tem citoesqueleto, não exporta a gordura.
Cirrose fica cheio de tecido conjuntivo
É reversível mas prejudica - diminui a função do órgão. Se continua, os hepatócitos morrem e a gordura desencapada vai para a corrente sanguínea chegando a um vaso menor e consequentemente a morte.
Consequencias:
Reversível até que haja desequilíbrio intenso
- intensa: prejudica a função do órgão = insuficiência;
- fígado: rompimento de hepatócitos - embola gordura = cirrose.
CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS
Ocorre aumento do volume e a diminuição da consistência (órgão fica mais pastoso), com friabilidade e amarelamento, além da presença de gorduras emulsionadas na faca ao corte. Ou seja, inchado, a cápsula dele está tensa, a consistência do órgão mais pastoso e amarelado. Superfície cheia de gordura. Aumenta o tamanha. Causa isquemia do órgão.
CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS
Núcleo e citoplasma na periferia e a gota de gordura ocupa todo o espaço da célula. As células se acumulam parecendo buracos nos tecidos.
Exercício
1 - Se um indivíduo etilista crônico se obstivesse de beber bebidas alcóolicas, o que poderia acontecer com seu fígado no futuro? A esteatose causada por acúmulo de triglicérides poderia ser reversível.
2 - Qual a etiologia da esteatose neste caso? Consumo de álcool.
3 - Qual a patogenia da esteatose neste caso?
ETANOL
Via 1 - Consome NADPH --> Ciclo de Krebs --> Aumento do AcetilCoA --> Aumento do ácido graxo --> aumento do triglicérides (acúmulo de triglicérides)
Via 2 - Etanol é quebrado em Aldeído acético e AcetilCoA
* Aldeído Acético --> lesa o citoesqueleto --> diminui a exportação de lipoproteína --> aumenta o acúmulo de triglicérides
* AcetilCoA em excesso --> aumento do ácido graxo --> acúmulo de triglicérides
4 - Alterações macroscópicas: aumento de volume (inchado); as bordas abauladas; consistência pastosa; coloração diferenciada (amarelada); cápsulas tensas; superfície opaca.
5 - Alterações microscópicas: os hepatócitos ficam cheios de bolhas de gordura, o núcleo se desloca para a periferia e o citoplasma também; capilares sinusóides ficam comprimidos. E os hepatócitos por estarem enchendo de gordura, se organizam parecendo buracos no tecido.
6 - Fisiopatologia do fígado neste caso: diminuição da função hepática.
HIALINOSE INTRACELULAR (Acúmulo de Proteínas)
ou Degeneração hialina intracelular
Acúmulo intracelular de material de natureza protéica, conferindo às células e tecidos afetados um aspecto hialino (claro, homogêneo, translúcido, amorfo, denso).
MECANISMOS
1- Coagulação focal de proteínas celulares:
as proteínas da própria célula coagulam porque são quebras (medicamentos)
* Corpúsculos de inclusão tipo I: quando precisa sintetizar muita proteína (por doença ou medicamento) ela se acumula na célula.
* Degeneração Cérea de Zenker: as bactérias quebram as proteínas (assim como a injeção da coagulação focal).
2 -Penetração no citoplasma:
a proteína entra no citoplasma
* Corpúsculo de inclusão tipo 2:
- vírus começa a sintetizar proteínas virais dentro do citoplasma e como a célula não quebra essa proteína viral ela se acumula no citoplasma.
- células renais: os glomeros não deixam passar moléculas grandes como proteínas, mas quando existe uma quebra no glomero a proteína começa a ser urinada e também se acumula nas células renais que causa a insuficiência renal.
- células intestinais: proteína na alimentação. As células intestinais acumulam proteínas.
Etiologia:
Injúria tóxico-infecciosa subletal (febre tifóide, leptospirose, difteria, aftosa, etc...); traumatismos (injeção intramuscular, pancadas, etc...) e deficiência de vitamina e selênio (doença do músculo branco).
Exercício:
Corte do Sistema Nervoso Central de um animal infectado pelo vírus da raiva.
1 - Etiologia da degeneração hialina neste caso: vírus da raiva.
2 - Patogenia da degeneração hialina neste caso: devido a infecção viral nos neurônios o vírus acopla seu material genético ao DNA celular que inicia a síntese de proteínas virais e como a célula não tem enzimas para degradá-las elas se acumulam.
LIPIDOSES (Acúmulo de colesterol)
Principais lípides acumulados = colesterol e ésteres de colesterol
Dieta rica em colesterol. As células que acumulam o colesterol são:
- macrófagos: células de defesa
Doença: xintoma (quando os macrófagos acumulam gordura)
- macrófagos: vasos sanguíneos ou artérias?
Doença: aterosclerose (acúmulo de colesterol nos macrófagos das artérias)
Obrigado,
ResponderExcluirmas melhore seu português para seu sucesso.
Atenciosamente.